São Paulo, sábado, 3 de agosto de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Governo deve vetar concorrente da Vale

FRANCISCO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

O vice-presidente e diretor da área de privatização do BNDES, José Pio Borges, disse ontem que a modelagem de privatização da Companhia Vale do Rio Doce deverá proibir a compra de ações da empresa por seus grandes concorrentes internacionais da área de minério de ferro.
O governo pretende evitar que esses concorrentes, basicamente da Austrália e África do Sul, participem do controle da Vale e possam levar a empresa a decisões contrárias ao seu objetivo estratégico de produzir e vender minério.
Já havia sido anunciado que haveria limitação à presença desses concorrentes na privatização da Vale, maior exportadora de minério de ferro do mundo. A novidade é a tendência à restrição total.
Segundo Pio Borges, a solução de limitar a compra a um determinado percentual deverá ser adotada para os grandes compradores de minério. No caso, o governo pretende evitar qualquer possibilidade de controle dos clientes sobre a política de preços da Vale.
O diretor do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) disse que o modelo de venda deve estar pronto para ser examinado pelo CND (Conselho Nacional de Desestatização) no dia 29 deste mês. Também será levada a exame do CND uma proposta de preço mínimo.
O preço ainda não está definido. O mercado avalia que ele deverá ficar em torno de R$ 10 bilhões.
Setor elétrico
Segundo Pio Borges, no dia 12 de setembro o BNDES deverá decidir a licitação para contratar os consultores que irão preparar as privatizações de 12 termelétricas e hidrelétricas do sistema Eletrobrás.
No dia 2 de outubro, será decidida a licitação para as escolha de quem vai preparar as vendas dos sistemas isolados de geração e distribuição de energia das cidades de Manaus (AM) e Rio Branco (AC).
Pio Borges disse que os consultores terão 120 dias, a partir das assinaturas dos contratos, para apresentar suas propostas de preços e modelagens de venda. Cumpridos os prazos, ele disse acreditar que as vendas poderão começar a ser feitas nos primeiros meses de 97.
Borges disse que os acionistas minoritários da Eletrobrás serão compensados com ações das empresas privatizadas pela perda de patrimônio da holding da qual são acionistas hoje.
Fepasa
Pio Borges disse ainda que o governo de São Paulo deverá privatizar a Fepasa (Ferrovias Paulistas S.A.) no primeiro semestre de 97.
Segundo ele, a venda, a cargo do Estado, é tratada como prolongamento da privatização da Rede Ferroviária Federal, prevista para terminar este ano (exceto a malha Nordeste).

Texto Anterior: Fazendeiros vão se reunir com o MST
Próximo Texto: Laudo deve apontar risco de suicídio
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.