São Paulo, sábado, 3 de agosto de 1996
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Notas mostram indignação

DA FOLHA NORDESTE

A entrevista que o ex-presidente Fernando Collor de Mello concedeu à Folha no dia 19 de abril de 92 é um dos textos que apresentam o maior número de anotações de todo o acervo do sociólogo Florestan Fernandes.
No alto da página, antes mesmo do título da entrevista ("Governar é um 'negócio de doido"'), ele faz a seguinte anotação: "É ler para crer".
As anotações prosseguem em tom de indignação e ocupam quase todos os espaços em branco da página.
Ao lado de uma frase de Collor sobre os "espinhos" enfrentados por ele, escreve: "E os espinhos que ele crava?".
Também fazem parte do arquivo reportagens sobre as desigualdades sociais no governo FHC e artigos de Roberto Campos.
Em um dos livros do sociólogo FHC, da década de 70, Florestan escreve "ótimo" ao lado de um parágrafo sobre o autoritarismo. Porém, há anotações que contestam as idéias de FHC em um ensaio sobre a miséria brasileira.
Mas a maior parte da marginalia de Florestan Fernandes ainda precisa ser "traduzida" pelos pesquisadores da UFSCar. É que, para compor as anotações, ele se utiliza também de sinais que acabam formando um código pessoal.
"Ele recorre a sinais que só vamos descobrir o significado após um estudo comparativo de todo o material", disse o bibliotecário da UFSCar Márcio Pereira da Silva, 31.

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