São Paulo, sábado, 3 de agosto de 1996 |
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Universidade monta acervo do sociólogo Florestan Fernandes UFSCar reúne cerca de 12 mil livros do acervo do sociólogo JOSÉ ALBERTO BOMBIG
O acervo pessoal do sociólogo foi comprado pela universidade (244 km a noroeste de São Paulo) junto à família Fernandes em abril deste ano por R$ 160 mil. O material chegou à universidade em junho. A inauguração da sala está marcada para o próximo dia 9, um dia antes do aniversário de um ano da morte de Florestan Fernandes, considerado um dos maiores sociólogos do país. Esta semana, a equipe da universidade iniciou a colocação dos livros na principal prateleira das 25 que formam a sala. Os livros serão mantidos na mesma ordem em que se encontravam no apartamento do sociólogo, em São Paulo, disse a diretora da Biblioteca Comunitária da UFSCar, Lourdes de Souza Moraes. A Folha acompanhou o trabalho de montagem da primeira estante. "Essa prateleira reflete o percurso intelectual dele. Primeiro os livros de antropologia, depois os de sociologia e, por último, a dedicação ao marxismo", disse o historiador Paulo Henrique Martinez, 31, que trabalhou com o sociólogo entre 86 e 94. Nos livros que já estão sendo colocados nas prateleiras, o que mais tem chamado a atenção dos pesquisadores são as marginalias (anotações nas margens dos livros) de Florestan. Os textos "comentados" pelo sociólogo incluem ensaios do presidente Fernando Henrique Cardoso, que foi aluno de Florestan, e reportagens sobre os governos do ex-presidente Fernando Collor e do próprio FHC. Grande parte dos livros também é acompanhada de dedicatórias, como a de FHC no livro "O Modelo Político Brasileiro e Outros Ensaios": "Para o professor Florestan, com a amizade de sempre, ofereço estes ensaios que são um testemunho do esforço de continuar a crítica apesar do teto baixo, São Paulo, 21 de novembro de 72". "Essas anotações serão compiladas e catalogadas. Com certeza, elas serão muito representativas para o estudo do pensamento de Florestan", disse o sociólogo da UFSCar Júlio Roberto Ósio. Texto Anterior: Indenização a manifestantes não deve passar em comissão Próximo Texto: Notas mostram indignação Índice |
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