São Paulo, sábado, 3 de agosto de 1996
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Delegação do PT é recebida por Marcos

DO ENVIADO ESPECIAL A CHIAPAS

A delegação do PT que participou do Encontro Pela Humanidade Contra o Neoliberalismo foi recebida na última sexta-feira pelo subcomandante Marcos, chefe do EZLN (Exército Zapatista de Liberação Nacional).
A delegação era chefiada por Gilberto Carvalho, secretário de Comunicação do PT.
Também integrava a delegação o deputado federal Gilnei Viana (MT), João Machado Neto, do diretório nacional, e uma vereadora de Santos (litoral de São Paulo).
Além de Marcos, a delegação petista também se reuniu com o Comitê Clandestino Revolucionário Indígena -formado pelos principais comandantes do EZLN.
Segundo Carvalho, o PT não mantém nenhum tipo de compromisso formal com o EZLN.
Restrições
Luis Inácio Lula da Silva vê com restrições o movimento guerrilheiro mexicano liderado pelo EZLN (Exército Zapatista de Libertação Nacional).
Lula considera o movimento "utópico e romântico". Mas o PT fez questão de mandar uma delegação oficial ao encontro da semana passada.
Carvalho fez mais de uma intervenção durante os trabalhos. Em uma delas, defendeu a radicalização dos movimentos populares.
"Há que radicalizar. Afinal, a morte e a fome também não são radicais?"
Integrante do grupo moderado do PT, Carvalho fez uma avaliação sobre seu partido durante o congresso zapatista.
"Somos vítimas da influência da velha maneira de fazer política, que nos contamina", disse.
"Como ser zapatista?"
"A pergunta que se impõe é a seguinte: como ser zapatista?", perguntou o petista durante sua intervenção no congresso.
"Como fecundar com o espírito zapatista nossas ações, seja em Buenos Aires, São Paulo, Roma ou Tóquio?".
O próprio Carvalho se encarregou de apontar caminhos para que partidos e movimentos políticos, como o PT, se aproximassem da forma zapatista de fazer política.
"Penso que é justamente desenvolvendo a mesma ousadia de criar alternativas sem medo", afirmou, referindo-se aos zapatistas.

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