São Paulo, sábado, 3 de agosto de 1996
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Condutor diz ser 'sortudo' e planeja voltar ao trabalho

DA SUCURSAL DO RIO

Condutor de um dos trens que quase se acidentaram na terça-feira, o maquinista Rosinaldo Garrido disse à Folha que centenas de pessoas morreriam caso a colisão houvesse ocorrido.
"Ia ser um acidente muito grave", afirmou Garrido, 29, que está sendo apontado como herói pelos colegas ferroviários.
Segundo Garrido, o trem que conduzia chegou a entrar com três dos oito vagões na estação de Ricardo de Albuquerque, ocupando o espaço vago com o recuo do outro trem.
"O trem estava superlotado, pois era a hora de maior movimento. A sorte é que o Nilson (condutor do outro trem) foi avisado por rádio e recuou. Ele recuava e meu trem entrava. Quando o meu parou, ele parou também", afirmou Garrido.
O maquinista disse que em dezembro esteve envolvido em situação parecida na estação de Austin (Nova Iguaçu, município da Baixada Fluminense).
"Quando cheguei à estação, vi um trem parado. O sinal estava quebrado e eu tinha licença do controle para seguir. A sorte é que deu para parar", afirmou.
Filho e neto de ferroviário, pai de dois meninos, Garrido disse não gostar do título de herói.
"Sou é sortudo", afirmou ele no apartamento em que mora em Nova Iguaçu com a mulher, Paula, e os filhos: Guilherme, 3, e o bebê Gustavo.
Garrido está de licença médica. Ao pular do trem, sofreu torção no tornozelo direito e feriu a cabeça. Antes de pular, ele puxou o freio de emergência. Ele diz que vai voltar ao trabalho.

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