São Paulo, sábado, 3 de agosto de 1996 |
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Assaltantes ateiam fogo em advogado
CRISPIM ALVES; MARCELO GODOY
Falchi foi levado para o Hospital das Clínicas, onde permanecia internado até as 19h na UTI. Seu estado de saúde era grave. A ação dos ladrões começou por volta das 6h de ontem. Dois homens armados fizeram sete pessoas como reféns e ficaram até as 9h na casa dos Falchi. Primeiro, renderam o segurança do advogado na garagem da casa, onde aguardaram Falchi acordar. Às 6h45, o segurança Sebastião Ferreira Guerra, 57, foi rendido quando chegou na casa. Ele trazia pão e leite para o advogado e ia apanhar uma bicicleta para fazer a ronda no bairro. Guerra e o outro segurança foram espancados pelos assaltantes. Quinze minutos depois, o advogado abriu a porta da casa para apanhar o jornal e foi dominado. Os assaltantes entraram na casa e renderam a mulher de Falchi Wanda Maria Caselli Falchi, 71, a cozinheira e a arrumadeira. Com todos dominados na casa, os assaltantes disseram que sabiam que havia um cofre na casa e queriam saber o local onde ele estaria escondido. Tortura Como o casal e seus funcionários afirmaram que não havia cofre na casa, um dos ladrões pegou uma faca e esquentou-a no fogo. Passou, então, a torturar Wanda na cozinha, queimando-lhe a mão. Como as vítimas continuaram a dizer que não existia cofre na casa, os assaltantes reuniram todos os reféns -o motorista da família chegou mais tarde e também foi rendido- em um dos quartos. Eles pegaram um litro de álcool e despejaram-no sobre Falchi, o segurança Guerra e as duas empregadas. Em seguida, atearam fogo, fecharam a porta do quarto e fugiram com US$ 300. O fogo pegou no advogado e no segurança. Falchi teve queimaduras graves, e Guerra, leves. As empregadas saíram ilesas. O advogado, a mulher e o segurança foram para o pronto-socorro do HC. Wanda e o segurança foram medicados e dispensados pelos médicos. A Polícia Militar foi avisada do roubo e fez uma operação na região para tentar capturar os assaltantes, mas não havia conseguido até o começo da noite de ontem. O caso foi registrado no 15º DP, no Itaim Bibi (zona oeste). Uma equipe da delegacia e outra da perícia foram à casa dos Falchi para tentar encontrar pistas dos assaltantes. Segundo a descrição das testemunhas para a polícia, os dois homens eram jovens e aparentavam ter 20 anos. Eles eram brancos e usavam gorros. Retrato falado Segundo o delegado Francisco Basile, da Divisão de Crimes Contra o Patrimônio, a polícia tentará fazer o retrato falado dos assaltantes com base na descrição das testemunhas do crime e das vítimas. "Tentaremos também que as testemunhas reconheçam os ladrões nos álbuns fotográficos que temos na divisão", disse. Ele suspeita de uma quadrilha que costuma ameaçar pôr fogo nas vítimas. (CRISPIM ALVES E MARCELO GODOY) Leia mais sobre o crime na pág. 3 Texto Anterior: Condutor diz ser 'sortudo' e planeja voltar ao trabalho Próximo Texto: Interesse coletivo justifica leis do rodízio e antifumo Índice |
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