São Paulo, sábado, 3 de agosto de 1996
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Meligeni se diz surpreso

MAURICIO STYCER
DO ENVIADO A ATLANTA

Surpreso com o seu próprio desempenho, Meligeni faz o gênero humilde e diz que mesmo o quarto lugar hoje já será um resultado excepcional para a sua carreira.
"No dia em que virar número 10 do mundo vou mudar a minha maneira de falar", disse em entrevista à Folha.
(MSy)
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Folha - A última medalha da Índia é de 1980. Você sabe que haverá muita torcida por Paes na quadra?
Fernando Meligeni - Não sabia disso. Mas não me preocupa. A gente está acostumado a jogar com gente a favor e gente contra.
Folha - Menos com gente a favor que atrapalha, como o brasileiro que tirou a sua concentração na semifinal.
Meligeni - Isso acontece nas melhores famílias. Muitos torcedores não entendem de tênis.
Folha - Você teme que isso possa ocorrer de novo?
Meligeni - Não estou pensando nisso. Tenho que me preocupar com o jogo, com o que tenho que fazer para ganhar.
Folha - Até onde você acha que pode chegar na sua carreira, em termos de ranking?
Meligeni - É difícil falar isso. A cada dia tenho uma surpresa maior. Ter chegado até esta semifinal, por exemplo. Não tinha muitas expectativas antes. Mas é assim: você trabalha, trabalha e, quando menos espera, as oportunidades surgem.
Folha - Quer dizer que você não esperava chegar à medalha de bronze?
Meligeni - Antes de jogar um torneio, você sabe a qualidade dos caras que estão disputando. Já tinha perdido duas vezes para o meu primeiro adversário, por exemplo. Não podia prometer nada...
Folha - Humildade?
Meligeni - Não sou político para prometer alguma coisa. No dia em que virar 10 do mundo vou mudar a minha maneira de falar.
Folha - É a partida mais importante da sua vida?
Meligeni - Dentro do que já joguei, a semifinal e a de amanhã (hoje) são as duas partidas mais importantes da minha vida.

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