São Paulo, sábado, 3 de agosto de 1996
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Israel suspende veto a novas colônias

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O governo israelense anulou ontem a proibição que impedia a criação de novas colônias judaicas em Gaza e na Cisjordânia.
"O governo anterior colocou impedimentos e 'engessou' o crescimento natural das colônias", disse Danny Naveh, secretário do gabinete israelense. A decisão foi tomada em reunião com todos os ministros do governo.
O premiê israelense, Binyamin Netanyahu, eleito em 29 de maio, prometeu durante sua campanha expandir as colônias judaicas. As medidas restritivas foram adotadas pelo governo trabalhista.
Naveh ressaltou que, por enquanto, não há planos de ampliar as colônias. O início de novas construções ainda tem de ser autorizado pelos ministérios da Defesa e Finanças.
Um assessor do presidente da Autoridade Nacional Palestina, Iasser Arafat, condenou a decisão israelense, considerando-a uma violação dos acordos de paz. Grupos pacifistas de Israel também condenaram a decisão.
Pelo acordo de 1993, Israel concordou em discutir o futuro das colônias em territórios sob administração palestina. Cerca de 130 mil judeus vivem em assentamentos em áreas habitadas por mais de 2 milhões de palestinos.
Líderes dos colonos judeus elogiaram a decisão, mas afirmaram que a medida ainda é insuficiente.
O governo israelense, por sua vez, acusou a Autoridade Nacional Palestina de violar os acordos de paz com a abertura do escritório político de um deputado palestino na parte oriental de Jerusalém.
Israel considera ilegal qualquer atividade política palestina na cidade, enquanto os palestinos dizem que o status da cidade ainda precisa ser negociado.
A imprensa israelense disse ontem que Netanyahu se reuniu secretamente com o rei Hussein, da Jordânia. O encontro teria ocorrido no dia 26 de julho em Londres.
Netanyahu teria pedido a Hussein que entregasse uma mensagem ao presidente da Síria, Hafez al Assad, convidando-o a retomar as negociações de paz.
Protesto
Uma pessoa morreu e mais de 30 ficaram feridas em Tulkarem, cidade da Cisjordânia sob administração palestina.
Policiais palestinos atiraram contra manifestantes que tentavam invadir uma prisão onde estão detidos supostos militantes do grupo radical palestino Hamas.
Testemunhas disseram que a multidão conseguiu libertar alguns presos. Três dos feridos estão em estado grave. Por causa do tumulto, a polícia palestina decretou toque de recolher na cidade.

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