São Paulo, sábado, 3 de agosto de 1996
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Agora vai

FERNANDO CANZIAN

São Paulo - Começou ontem o horário eleitoral gratuito na televisão. Meio fraco, concentrado, como deve ser às sextas-feiras, nos vereadores.
Dos quatro primeiros colocados pelo Datafolha, só Luiza Erundina (PT, 29%) e Francisco Rossi (PDT, 22%) "roubaram" o horário dos candidatos à Câmara. Maluf também foi, no lugar de Celso Pitta (PPB, 19%). José Serra (PSDB, 14%) não apareceu.
Os quatro, e muitos outros, vão dar as caras na TV diariamente entre 13h e 13h30 e 20h30 e 21h até 30 de setembro. Ao longo da programação também vão aparecer rapidamente entre anúncios de sabão e novelas.
Para quem perdeu ou tem dúvidas se ainda quer ver, ontem foi assim:
O candidato "anão" a prefeito Levy Fidelix (PRTB, 0%) aparece. Quase se joga para fora da TV: "Minha proposta é fazer isso com a Paulista" -e mostra um desenho vermelho da avenida transformada. "Ou isto", sobre outra coisa. E some da tela antes de o seu um minuto terminar.
Entra Campos Machado (PTB, 1%): a cidade está cinza, poluída. Pessoas, também cinzas e com aspecto pobre, aparecem. O partido solta sua mensagem: o sol brilha e os pobres são trocados por gente bem vestida.
O PT de Erundina vem pouco depois do Prona, com seu tradicional "Meu nome é Enéas". Erundina vem de branco, com cara de vovó, com crianças em volta. Pergunta-se se faria diferente: "Evoluí, assim como a cidade". É livre a interpretação da frase.
O PFL paulista, que se aliou ao PPB de Maluf e de Pitta, vem com Antonio Cabrera: "Vamos apoiar a grande obra de Maluf". O prefeito vem depois. Fala bem de si e de Pitta. Tambores, em ritmo afro: "Pitta! Pitta!".
Como Serra não foi, a parte do PSDB é um desfile de aspirantes à Câmara. Fundo azul. "Farei isso, farei aquilo". Eder Jofre, o pugilista, chama atenção.
Por último, Rossi. Bem na TV, com maquiagem caprichada, promete "renovação política, moral (?) e administrativa" na cidade. A imagem congela num sorriso. Trombetas ao fundo sugerem o paraíso. É o fim.

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