São Paulo, sábado, 3 de agosto de 1996
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Os prazos da reeleição

FERNANDO RODRIGUES

Brasília - Está em curso uma discussão bizantina sobre se é possível ou não articular a reeleição de FHC antes das eleições municipais de outubro.
Há os que dizem que antes da contagem final dos votos, que começa em 15 de novembro (o segundo turno em muitas capitais), nada de concreto poderá ser acordado.
E tem a análise oposta. FHC já estaria em condições de ir articulando com precisão a reeleição e outros temas -por exemplo, os próximos presidentes da Câmara e do Senado.
Parece óbvio, mas a realidade é a soma das duas posições acima. Nem tudo depende das eleições municipais. Mas o resultado das urnas pode determinar muita coisa.
Portanto, é ocioso querer prever com segurança o desfecho das articulações que se desenham agora. Há muita gente contando o número de deputados e senadores a favor da reeleição.
Esse número, se é que existe com alguma precisão científica, não serve para quase nada. A conjuntura será diferente no final do ano.
Prudente, o senador Esperidião Amin (PPB-SC) tem uma boa definição para esse interregno que começa agora e pode terminar no meio de novembro: "É um tempo para agravar relações e minimizar impactos".
"Agravar relações" porque muita besteira vai ser dita na ânsia de conquistar o voto alheio. "Minimizar impactos" porque os caciques de cada partido continuarão a conversar enquanto os candidatos se engalfinham.
Em resumo, especular qualquer um pode e não custa nada. Só que a conclusão dessa novela da reeleição fica mesmo para o final do ano. Ou depois.
*
A coluna recebe carta da equipe de comunicação de José Serra negando haver "trombadas" internas, conforme relatado aqui ontem.
Um trecho da carta: "Poucas vezes tivemos a oportunidade de conviver e trabalhar com uma equipe tão sintonizada. Formamos um time onde não há espaço para intrigas".
Está registrado. Mas as fofocas continuam a sair de dentro do comitê.

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