São Paulo, domingo, 4 de agosto de 1996
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Excesso de confiança; Síndrome de Pilatos; Quem, eu?; Sorriso de aeromoça; Maquiagem petista; Bebê disputado; Idéia fixa; Cuidando da cria; Ampliando o leque; Retrato do Brasil; Outro campeonato; Quase Primeiro Mundo; Quem é assassinado; Geografia da morte; Prioridade da elite; Direito autoral; Sem endosso

Excesso de confiança
FHC considera Maluf o adversário ideal para 1998. Acha que o eventual fortalecimento do prefeito facilitaria a reeleição. Pensa ser o único capaz de destruir o sonho presidencial do pepebista.

Síndrome de Pilatos
A dois interlocutores recentes, FHC disse que foi surpreendido em Paris, no fim de maio, com a notícia de que Serra havia voltado atrás e decidira disputar a Prefeitura de São Paulo.

Quem, eu?
A dois interlocutores recentes, FHC lembrou que o PSDB tem grande dívida com Serra por obrigá-lo a ser candidato a prefeito de São Paulo. Só faltou concluir que não teve nada com isso.

Sorriso de aeromoça
No Planalto, avalia-se que FHC aguarda a hora certa de entrar em campo para defender, com argumentos sedutores, a reeleição. Para efeito externo temporário, Luís Eduardo Magalhães pilota sozinho a manobra.

Maquiagem petista
O PAS de Erundina (PT) vai chamar "Convênio de Saúde". Com carteirinha e tudo. Ainda terá direito a uma comercial na TV. Para se diferenciar, dará destaque à saúde preventiva.

Bebê disputado
No alto escalão malufista, desenha-se uma disputa pela paternidade da candidatura Pitta (PPB). Não acreditavam que ele crescesse tão rápido.

Idéia fixa
Amigos próximos têm dito a Maluf para priorizar o governo do Estado e não a Presidência. Ele nem ouve. "É uma obsessão", diz um deles.

Cuidando da cria
Maluf faz pouco caso da previsão, espalhada pelo Planalto, de que Pitta pode traí-lo, se for eleito prefeito. "Antes de trair, ele vai ganhar a eleição", ironiza.

Ampliando o leque
Erundina não fará mais grandes comícios até o fim da campanha. "Não adianta falar para quem já vota na gente", diz Jilmar Tatto, do PT paulistano.

Retrato do Brasil
O Mapa de Risco da Violência de São Paulo, do Ministério da Justiça, mostra que o Jardim Ângela, na periferia sul da capital, é o local com maior chance de um cidadão ser vítima de homicídio. Ganha de Cali, Colômbia.

Outro campeonato
O distrito campeão de violência em São Paulo tem taxa de mortalidade por homicídio de 111 habitantes para cada grupo de 100 mil. Em Cali, tida como a cidade mais violenta do mundo, a mesma taxa é de 87 pessoas por 100 mil moradores.

Quase Primeiro Mundo
A taxa de morte por homicídio no Jardim Paulistano (área nobre de São Paulo) é de 13 pessoas por grupo de 100 mil habitantes. Nos EUA, a relação é 9 por 100 mil. No Canadá, 2 por 100 mil.

Quem é assassinado
O grupo de habitantes na faixa de 20 a 24 anos é o que apresenta as maiores taxas de homicídio da cidade de São Paulo. Principalmente, os moradores da periferia das zonas leste e sul.

Geografia da morte
Quem mora no Jardim Ângela, periferia sul de São Paulo, tem nove vezes mais chances de ser assassinado do que quem mora no Jardim Paulista, área nobre.
Prioridade da elite
O Mapa de Risco da Violência de São Paulo conclui que o poder público desloca muito mais recursos e policiais para combater crimes contra o patrimônio do que crimes contra a pessoa.

Direito autoral
A pedido do Ministério da Justiça, o Mapa de Risco da Violência de São Paulo foi feito pelo (Cedec) Centro de Estudos de Cultura Contemporânea. Cada distrito da capital recebeu uma nota sócio-econômica.

Sem endosso
Para a Federação Nacional dos Médicos, a reunião de FHC com profissionais da área em São Paulo foi montada pelo Planalto para justificar o veto ao piso da categoria e tratar de uma eventual mudança ministerial.

TIROTEIO
De Delfim, aconselhando Carlos Menem sobre como convencer os argentinos de que a economia do país vai melhorar com a queda de Domingo Cavallo:
- O único jeito é importar o Fernando Henrique para ir à TV dar uma "charla" (conversa descontraída e sem importância). O monarca é o mestre da retórica para tratar de sacrifício.

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