São Paulo, domingo, 4 de agosto de 1996 |
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'Reeleição agora é golpe, casuísmo'
JOSIAS DE SOUZA
Folha - Como o sr. definiria o seu estilo de administração? Paulo Maluf - Solução dos problemas. Folha - Qual o principal marco de sua gestão? Maluf - O social. Não aquele social do cabide de emprego para cupinchas, mas o social que cria empregos na rua, que cuida da saúde, educação, criança, habitação... Folha - O governo Fernando Henrique ajuda ou atrapalha a sua gestão? Maluf - O presidente é meu amigo pessoal. Resolve problemas até pelo telefone comigo. Diria que os ministros, na sua quase totalidade, são muito mais lentos. Folha - O sr. é contra ou a favor da reeleição? Maluf - Nos moldes em que está sendo proposta hoje, sou contra. Estão querendo mudar a Constituição para beneficiar uma pessoa física, que é Fernando Henrique. O que se poderia pensar é em votar uma reforma ampla, com reeleição para o futuro presidente, para o futuro governador e para o futuro prefeito. Mudar a regra no meio do jogo é um golpe, um casuísmo. Folha - Quem deveria ser o candidato do seu partido à Presidência da República em 98? Maluf - O partido tem grandes nomes: o ministro Francisco Dornelles (RJ), o senador Esperidião Amim (SC), Delfim Netto, Roberto Campos e vários governadores de boa qualidade. Folha - E não tem Maluf? Maluf - Eu não cogito meu nome hoje. Não estou em campanha. Folha - O sr. é de esquerda ou de direita? Maluf - Hoje, esquerda e direita no mundo é sinal de trânsito. O que existe é produtividade, eficiência. O resto é conversa fiada de quem não gosta de trabalhar. Folha - Qual o seu modelo de político? Maluf - No mundo, me inspirei muito na sinceridade, na inteligência e na firmeza de caráter de Winston Churchill. No Brasil meu modelo seria mais ou menos o desenvolvimentismo de Juscelino. Folha - Qual a principal qualidade que o sr. vê no prefeito Tarso Genro, de Porto Alegre? Maluf - Ele não é daqueles petistas que discriminam. Quando o encontrei pela primeira vez, aqui em São Paulo, nem sabia que era petista, porque ele era uma pessoa afável, interessada na solução dos problemas. Apresentou-se sem preocupações ideológicas, como um administrador. Embora eleito por um partido, quando assumiu a prefeitura, tratou de trabalhar. (JS) Texto Anterior: Novidades 'vitaminam' aprovação de Maluf Próximo Texto: Prefeito de São Paulo Índice |
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