São Paulo, domingo, 4 de agosto de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Planeje e reduza efeitos do rodízio

DA REPORTAGEM LOCAL

A partir de amanhã, a capital e outros nove municípios da Grande São Paulo começam a viver uma experiência inédita no país: um rodízio de veículos por quase um mês, com multa para os infratores.
Especialistas em transporte, empresas do setor e técnicos da operação alertam que só o planejamento individual pode minimizar os transtornos no período, quando só na capital cerca de 600 mil automóveis deixarão de rodar.
Perto de 20% dos veículos não poderão circular em cada dia útil, até o dia 30 -prazo que pode ser estendido até o fim de setembro.
Às segundas, estão proibidos de transitar carros de placa com final 1 e 2. Às terças, os finais 3 e 4, e assim por diante.
Veículo de placa vetada que for flagrado em circulação será multado em R$ 100. Na reincidência, o valor dobra.
Armadilhas
A restrição do rodízio só vale das 7h às 20h, o que significa que os que forem capazes de se planejar podem até não abrir mão do carro. Basta ir para o trabalho mais cedo e voltar para casa mais tarde.
Quem vai viajar ou está voltando de viagem precisa conferir com antecedência se o dia previsto não coincide com aquele em que sua placa está vetada.
No transporte coletivo, a principal recomendação para o passageiro de primeira viagem, que nunca ou raramente deixa o carro em casa, é evitar o horário de pico.
A estréia em novos meios de transporte reserva armadilhas ao -momentaneamente- ex-motorista. Ignorar o bilhete múltiplo do metrô significa deixar de ganhar desconto e entrar na fila nove vezes sem necessidade.
No táxi, o valor da corrida não é o marcado no taxímetro. É preciso atualizá-lo com uma tabela distribuída pela prefeitura. O passageiro tem direito de ver a tabela e acompanhar a conversão.
Experiência de 95
No ano passado, a mudança gerada pelo rodízio na cidade foi limitada, porque só durou cinco dias (de 28 de agosto a 1º de setembro) e não teve multa. Só 38%, em média, aderiram à operação.
Desde então, o secretário estadual do Meio Ambiente, Fábio Feldmann, apostou suas fichas na aprovação da pena em dinheiro para os infratores.
Só em junho a proposta foi aprovada pela Assembléia Legislativa. A regulamentação demorou quase dois meses para sair.
No último dia 26, o governador Mário Covas assinou o decreto, que incluiu a polêmica liberação dos cerca de 300 mil caminhões que poderão circular livremente.

Texto Anterior: MST ameaça invadir em Sandovalina
Próximo Texto: Secretaria perde 1.300 fiscais
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.