São Paulo, domingo, 4 de agosto de 1996
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Maratonista corre por 'reputação'

ANDRÉ FONTENELLE
ENVIADO ESPECIAL A ATLANTA

Luiz Antônio dos Santos está próximo da situação vivida no ano passado, no Mundial de Gotemburgo (Suécia): ser a última esperança brasileira de medalha no atletismo.
Ele e outros dois brasileiros, Vanderlei Cordeiro de Lima e Diamantino dos Santos, disputam hoje a maratona, a partir das 8h05 (de Brasília). É a última prova do atletismo nos Jogos.
Luiz Antônio é considerado um dos favoritos desde que obteve o bronze em Gotemburgo.
O Brasil vem tendo maus resultados no atletismo. A penúltima esperança de medalha era o revezamento 4 x 100 m, que disputaria ontem à noite a final.
Em Gotemburgo, ocorreu a mesma coisa, e a única medalha brasileira foi a de Luiz Antônio.
"Talvez haja cobrança. Mas eu não quero me envolver com isso. O importante é vir e correr minha prova. Não estou preocupado em ganhar medalha. Quero correr bem", diz Luiz Antônio.
"Se o nosso esporte, que não é valorizado, não conseguir medalha, acho que ninguém tem que cobrar, porque há esportes de alto nível no Brasil que não conseguiram", acrescenta.
Modesto, Luiz Antônio chega a afirmar que Cordeiro está mais em forma. "O Vanderlei se encontra muito bem. Se fosse fazer uma comparação pelos treinos, eu diria que ele está melhor do que eu. Só que também me sinto superbem."
Luiz Antônio e Vanderlei se prepararam juntos em Campos do Jordão (SP), a 1.600 m de altitude. A altitude eleva a taxa de glóbulos vermelhos no sangue, e, com isso, a resistência do atleta.
O medalhista de bronze do Mundial prevê uma das maratonas mais difíceis da história.
Ele aponta, entre os favoritos da prova de hoje, os dois outros medalhistas de Gotemburgo, o espanhol Martín Fiz (ouro) e o mexicano Dionisio Cerón (prata).
Os mexicanos estão com aquela que é, provavelmente, sua equipe mais forte de todos os tempos. Querem ganhar as três medalhas.
A estratégia dos brasileiros será acompanhar o pelotão de líderes. "A tática é correr atrás do primeiro grupo e não deixá-lo fugir. Se ficar atrás, não vai dar tempo de recuperar", explica Vanderlei Cordeiro.

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