São Paulo, domingo, 4 de agosto de 1996
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Status ainda é o maior atrativo

DA REPORTAGEM LOCAL

O status é, há algum tempo, a grande vantagem que a avenida Paulista oferece às empresas nela instaladas.
A avenida sempre esteve ligada à elite econômica do Estado de São Paulo. Hoje não é diferente.
Inaugurada em 1891, a princípio abrigou mansões de fazendeiros de café, na época o principal produto de exportação do Brasil.
"A avenida manteve o simbolismo dos barões de café", diz a urbanista Nádia Somekh, professora da Universidade Mackenzie.
A partir da década de 30, a Paulista começou a se verticalizar, como resultado da expansão industrial do Estado de São Paulo.
Ocorreu então uma migração de empresas do Centro Velho para a avenida.
A sede, observa a urbanista Raquel Rolnik, representa a imagem de uma empresa. Por isso, costuma ficar em edifícios vistosos.
Isso ajudou a reforçar o caráter elitista da avenida Paulista.
A confluência de empresas também incentivou o desenvolvimento do setor de serviços na avenida, que hoje é muito bem servida de restaurantes e lanchonetes fast food, por exemplo.
Foi na década de 80 que a Paulista começou a delinear o perfil que se torna cada vez mais predominante: o de centro financeiro.
Naquela década, cresceu a participação do setor financeiro na economia, sobretudo por causa do crescimento das instituições do setor. "Os bancos têm necessidade do valor simbólico da Paulista", diz Nádia.
Modernidade
Mas, ao mesmo tempo, esse caráter histórico da avenida Paulista, em certos casos, pode representar inadequação à modernidade.
Um motivo porque algumas empresas têm abandonado ou deixado de se instalar na Paulista é a defasagem tecnológica de muitos de seus edifícios.
A maioria deles foi construída há mais de 15 anos. Nesse período, a tecnologia para edifícios de escritórios evoluiu muito.
Por esse motivo, as empresas que têm feito lançamentos no Brooklin Novo têm investido em novidades tecnológicas, lançando edifícios entre os mais modernos da cidade.
É por isso, também, que Paul Weeks, da imobiliária Bolsa de Imóveis de São Paulo, não acredita que os preços na região, para o aluguel comercial, tenham ultrapassado os da Paulista.
"Entre os edifícios de última geração, o m2 para locação na Berrini custa cerca de R$ 10 menos do que na Paulista."

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