São Paulo, domingo, 4 de agosto de 1996
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EUA admitem ameaça

DA "NEW SCIENTIST"

O potencial assassino do bioterrorismo chamou a atenção do governo americano. Um relatório oficial de 1993 sobre armas de destruição em massa diz que o bacilo da peste, por exemplo, poderia ser empregado em armas biológicas.
A história mais arrepiante do relatório é a do antraz. Causada por bactéria, o antraz, doença de bois e ovelhas, pode também afetar o homem. Sua forma pneumônica pode matar 90% dos contaminados, se não houver tratamento.
Para matar aos milhares, um bioterrorista precisa criar e disseminar esporos de antraz em partículas de tamanho exato -menores que um milímetro- para assegurar sua retenção pelos pulmões.
Os primeiros sintomas incluem vômitos, febre, tosse e respiração difícil. Antibióticos podem curar nos estágio inicial da doença. Sem eles, a morte por hemorragia, falência respiratória ou choque tóxico acontece em poucos dias.
O relatório norte-americano enfatiza que transformar a bactéria do antraz em arma é um procedimento que requer pouca tecnologia, mas Zilinskas ressalta que fazer uma arma de antraz capaz de matar nesta escala não é um empreendimento trivial.
A parte complicada não é cultivar os germes, mas processar a cultura e transformá-la em algo que se possa dispersar.
As barreiras não são intransponíveis. Microbiologia básica basta para isolar o bacilo de pastos em áreas em que o mal é endêmico. Mas seria preciso um biólogo e um engenheiro de talento para obter esporos em condições de serem dispersados por um avião pulverizador agrícola, por exemplo.
Zilinskas diz que nem países como o Iraque conseguiram obter "bombas biológicas" eficientes. No entanto, o vento encanado de um túnel de metrô poderia dispersar os esporos de um preparado grosseiro de antraz e fazer milhares de vítimas.

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