São Paulo, domingo, 4 de agosto de 1996 |
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Zapatistas reproduzem autoridade militar
EMANUEL NERI
A aldeia de La Realidad, 1.400 km a sudeste da Cidade do México, é um dos principais acampamentos do território zapatista. Mais de 3.000 pessoas moram ali, entre elas o "subcomandante Marcos", chefe do EZLN. Lá, na semana passada, representantes da esquerda do mundo inteiro foram convidados para um encontro sobre o combate ao neoliberalismo. Por motivos de segurança, o "subcomandante Marcos" anda pouco em La Realidad. Quando aparece, geralmente montado em um cavalo, está acompanhado por guerrilheiros fortemente armados. Mas outros líderes dos zapatistas andam livremente por La Realidad. O "comandante Tacho" é um deles. Sempre montado em um cavalo, é reverenciado por moradores e subordinados militares. A disciplina nos acampamentos é rígida. Um dos comandantes militares ameaçou prender um repórter estrangeiro porque ele indagou moradores locais sobre a vida do "subcomandante Marcos". Os repórteres que estiveram nos acampamentos do EZLN constataram os excessos. A começar pela revista feita na entrada dos acampamentos -em geral, havia constrangimento e humilhação. O cerco dos zapatistas aos visitantes era muito maior do que a dos militares acampados nas proximidades. Em La Realidad, por exemplo, repórteres chegaram a ser ameaçados de ser barrados, caso reclamassem da revista. Nem os convidados escaparam. Um representante do Partido dos Trabalhadores, do Brasil, disse que um jovem zapatista entrou em um ônibus de convidados gritando: "Não se mexam. Vocês sabem o que pode acontecer". Apontava uma arma. (EN) Texto Anterior: "Marcos" esconde a cara e reforça as lendas Índice |
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