São Paulo, domingo, 4 de agosto de 1996
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"Marcos" esconde a cara e reforça as lendas

EMANUEL NERI

do enviado especial
Do "subcomandante Marcos" só podem ser vistos os olhos, a boca e as mãos. O resto está coberto pelo uniforme militar e pelo capuz de esquiador de neve que ele usa na cabeça. O disfarce ajuda a aumentar o mistério em torno dele.
"Marcos" não é muito alto. Tem no máximo 1,75 metro. Nas vezes em que apareceu na semana passada, em La Realidad, só tirava o cachimbo da boca para falar. Quando fala, gesticula muito. Mas sua voz é pausada.
Por onde passa, Marcos é cumprimentado com reverência. Desperta atenção principalmente em mulheres e crianças. Todos querem vê-lo de perto. Quando ele fala, todos ficam em silêncio.
"Marcos" é o único chefe do EZLN que não é descendente de índios. Por isso ele é chamado de subcomandante. Os comandantes são todos índios ou descendentes.
O governo garante já ter identificado "Marcos". É o ex-professor de sociologia Rafael Guillem Vicente, que nasceu no Estado de Tamaulipas.
O líder do EZLN é descendente de espanhóis. Seus olhos são claros. Suas mãos são finas e os dedos são alongados -não há o menor sinal de trabalho no campo. Pelo buraco do capuz na altura da boca, dá para notar que ele usa barba.
O uniforme de Marcos é composto por calça preta e camisa de manga comprida cor-de-café. Tem dois cinturões de balas sobre os ombros. Carrega nas costas uma metralhadora R-15.
Marcos usa o uniforme de zapatista insurgente, que tem atividade militar. O zapatista miliciano, que tem funções administrativas, usa calça verde-oliva e camisa café.
(EN)

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