São Paulo, segunda-feira, 5 de agosto de 1996
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Americanas se reestrutura para encarar competição

FERNANDO PAULINO NETO
DA SUCURSAL DO RIO

A Lojas Americanas está iniciando um processo de reestruturação que visa reduzir custos para compensar a queda da margem de lucro, consequência da competição acirrada do setor.
Nessa reestruturação, a rede varejista demitiu cerca de cem pessoas em sua sede. Não houve demissões na parte operacional (lojas). Segundo a assessoria de comunicação da empresa, alguns quadros podem ser mexidos com a informatização da empresa.
Um relatório técnico do Banco Boavista, mesmo recomendando a compra das ações da Americanas, informa que a consultora Andersen Consulting, contratada para reduzir os custos da rede de varejo, aponta para um potencial de 15% de redução da massa salarial. Os resultados são preliminares. A empresa tem 16 mil funcionários.
Fechando o primeiro trimestre com um prejuízo de US$ 3,69 milhões, dos quais, US$ 1,97 milhão de prejuízo operacional (resultado das vendas), a Lojas Americanas aposta na automação para reduzir seus custos a partir do melhor controle de estoques.
A Folha apurou que a Americanas estaria pedindo prorrogação, por 30 dias, do vencimento de faturas de fornecedores, o que foi negado pela assessoria de comunicação da empresa.
Segundo a assessoria, a automação permite que se possa repor o estoque em até dois dias, quando antes o prazo era de 45 dias. As lojas estão ligadas por computador com a sede. Os investimentos em informática no ano passado foram de US$ 35 milhões.
Um dos problemas de curto prazo da Lojas Americanas foi o investimento de US$ 86,97 milhões, em 95, para a compra de 40% da Wal Mart, o que refletiu negativamente no balanço. Mesmo assim, no ano passado, fechou o ano com lucro líquido de R$ 46 milhões.
A estimativa do Banco Boavista é que, no final do ano, a Americanas volte a dar lucro, mas com um resultado pior do que o do ano passado (R$ 25 milhões), recuperando-se em 1998, quando a expectativa é de lucro de R$ 53 milhões.

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