São Paulo, terça-feira, 6 de agosto de 1996
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Sinduscon critica atitude de Bresser

ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

O vice-presidente do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria de Construção Civil do Estado de São Paulo), Eduardo Capobianco, criticou ontem a intenção do governo de modificar a Lei de Licitações.
A Câmara de Reforma do Estado deve discutir hoje proposta para alterar a lei. Segundo o governo, o objetivo é agilizar o processo de licitações, sem perder o controle sobre a compra de bens e serviços.
Para Capobianco, qualquer alteração na Lei de Licitações que venha a aumentar o poder da administração pública na compra de bens e serviços poderá estimular a corrupção em obras públicas.
"Investir em políticos"
A lei atual (nº 8.666) é de 1994 e reduziu o poder discricionário do Estado nas concorrências.
Capobianco afirma que a lei atual é "excelente", porque as empreiteiras não precisam mais "investir em políticos e sim na redução de seus custos".
"Desde que assumiu o Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado, o ministro Bresser Pereira tem tido uma atitude de denegrir a lei", afirmou.
Para Capobianco, é "difícil" entender os ataques do ministro Bresser a uma lei que "resultou em benefício para o Estado com mecanismos preventivos da corrupção".
Empreiteiras
"A lei atual, ao cercear a liberdade do administrador público nas licitações, reduziu o preço médio das obras e incentivou a atualização tecnológica das empreiteiras", disse o empresário.
Para Capobianco, os principais trunfos da lei 8.666 contra a corrupção são: a limitação das exigências impostas aos concorrentes, escolha do vencedor pelo preço mínimo e pagamento das obras por ordem cronológica.

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