São Paulo, terça-feira, 6 de agosto de 1996
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Assessor diz que teve prejuízo de R$ 150,00 com o rodízio

DA REPORTAGEM LOCAL

O assessor de marketing Alexandre Moana, 25, não conseguiu cumprir seus compromissos de trabalho e diz que teve prejuízo de pelo menos R$ 150, devido ao rodízio de veículos.
"Meu dia foi horrível. Se eu soubesse que o rodízio me causaria prejuízo, teria preferido levar uma multa", disse.
Moana, que é dono de um Kadett 94, placa DXD 5252, deixou o carro em casa, ontem, e foi trabalhar de ônibus.
Ele mora com os pais em um condomínio de classe média alta, em Osasco, na Grande São Paulo. A família possui outros dois carros, que também têm placa com final 2.
O assessor de marketing é funcionário da English at Home, uma escola de inglês que oferece aulas em empresas e nas casas de seus clientes.
"Eu faço a divulgação do trabalho da escola junto aos clientes e assessoro a atividade dos professores. Sem meu carro, não consigo trabalhar", disse.
Atraso
Para tentar chegar a seu primeiro compromisso de trabalho, às 8h, Moana acordou às 5h30, uma hora e meia antes do habitual. Ele saiu de casa às 6h e levou cerca de 30 minutos para chegar a pé ao ponto de ônibus mais próximo.
"O sistema de transporte coletivo não privilegia bairros como o meu, onde a maioria dos moradores tem carro. Se o transporte fosse melhor, seria mais fácil colaborar", disse.
Após 30 minutos de espera, Moana tomou um ônibus que o deixou, uma hora mais tarde, na avenida Faria Lima, em Pinheiros (zona oeste).
O assessor de marketing precisou pegar mais uma condução para chegar a seu destino, na rua Guaraiúva, no Brooklin (zona sul), às 8h50, com quase uma hora de atraso.
"É um absurdo. Se eu estivesse com o meu carro, faria o mesmo trajeto em apenas 20 minutos. Eu poderia ter saído de casa às 7h40.", queixou-se.
Para Maona, o atraso não só acarreta um prejuízo material, mas compromete sua imagem.
"Fiquei de levar um material de apoio para o professor poder dar a aula. Por causa do meu atraso, a aula não aconteceu."
"Vou ter de pagar os honorários do professor, mas não vou receber do cliente. O pior é que eu passo por irresponsável."
Moana também não conseguiu chegar a tempo para uma reunião, às 10h, na sede da escola, em São Caetano do Sul.
"Esse rodízio atrapalhou todo meu cronograma. Vou desmarcar os outros compromissos e tentar resolver o que for possível por telefone", disse.

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