São Paulo, terça-feira, 6 de agosto de 1996
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Pesquisador vê precedentes

DA REPORTAGEM LOCAL

A tensão entre argentinos e brasileiros, embora negada em meios diplomáticos, é recorrente e pode ser contada em mais de uma história, informa Duilio Domingos Martino, autor de "A História da Seleção Brasileira de Futebol".
Martino acredita que o incidente reacende a rivalidade entre os dois países após um período de relativa paz entre os vizinhos.
"A rivalidade é histórica, mas vinha sendo ultrapassada por esforço diplomático entre os países."
Apelido
A alcunha de "macacos", usada para designar os brasileiros pelo jornal esportivo argentino "Olé" na semana passada, já havia sido utilizada em uma charge por outro diário de Buenos Aires, em 1920, segundo Martino.
O desenho foi publicado às vésperas de uma partida, em 12 de outubro de 1920, entre as seleções brasileira e argentina em benefício a desabrigados daquele país e disputada em Buenos Aires.
Revoltados com a ofensa, os brasileiros invadiram o jornal e serviram a página com a charge como almoço para o autor da piada. Além disso, alguns atletas se negaram a entrar em campo.
Sem o mínimo de oito jogadores necessários para iniciar a partida, o Brasil admitiu em sua defesa o funcionário da embaixada brasileira em Buenos Aires João Reis.
Os argentinos, jogando também com oito atletas, venceram por 3 a 1, diz Martino.
Sul-Americano
Se em jogos beneficentes a rivalidade já era forte, na final do Sul-Americano de 1937, também em Buenos Aires, uma das partidas acabou em agressão.
Segundo Martino, uma briga entre os jogadores dos dois países, após uma vitória do time local por 1 a 0, foi apartada pela polícia.
Queixando-se de terem sido agredidos por policiais, os brasileiros se negaram novamente a entrar em campo no segundo jogo.
Uma intervenção diplomática possibilitou a realização da partida, vencido pela Argentina (2 a 0).

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