São Paulo, terça-feira, 6 de agosto de 1996
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Adversário competitivo eleva drama nos Jogos

DA REPORTAGEM LOCAL

A crescente competitividade dos Jogos elevou, em Atlanta, o drama de atletas e torcedores. Nunca antes os milésimos de segundo, os décimos de pontos ou minutos de partida foram tão decisivos.
A corredora jamaicana Merlene Ottey que o diga. Merlene, 36, que figura entre a elite da velocidade mundial há 20 anos, praticamente disse adeus a uma inédita medalha de ouro olímpica.
Merlene Foi prata nos 100 m, após uma chegada decidida no "photo chart" com Gail Devers. Nos 200 m, passou às semifinais com 22s08, mas, com 22s24 na final, perdeu para Marie-José Perec (França), que cravou 22s12.
Desempate
A igualdade entre os atletas multiplicou as provas de desempate.
Final feliz para o nadador brasileiro Fernando Scherer. Para chegar à final dos 50 m livre, Scherer disputou um desempate dramático por duas vagas com o venezuelano Francisco Sanchez e o alemão Bengt Zikarsky.
Zikarsky queimou a largada duas vezes e foi desclassificado. Scherer foi à final e ficou com o bronze.
Já para a seleção masculina de basquete a dupla prorrogação contra a Austrália foi como adiar o cadafalso. Empatou com os australianos em 82 a 82, 92 a 92 (após uma prorrogação) e perdeu por 109 a 101 (após o segundo tempo extra).
Pior também para o cavaleiro brasileiro Álvaro Miranda Neto, que anteontem, em desempate pela prata e bronze, foi oitavo na prova individual de saltos.
Virada
As partidas decisivas do futebol foram espelho da competitividade entre os times. Dois jogos aparentemente ganhos por Brasil e Argentina contra nigerianos transformaram-se em dor de cabeça.
Em ambos os casos, os africanos viraram a partida após os 40min do segundo tempo.
A seleção feminina brasileira de futebol também foi vítima da armadilha. Perdia para o time chinês por 0 a 1. Virou a partida para 2 a 1 e terminou atrás: 2 a 3.

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