São Paulo, terça-feira, 6 de agosto de 1996
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Iron Maiden retorna ao Brasil sem vocalista Bruce Dickinson

MARISA ADÁN GIL
DA REPORTAGEM LOCAL

É o teste definitivo, pelo menos para os fãs brasileiros: existe Iron Maiden sem Bruce Dickinson?
Nas duas vezes em que se apresentou aqui -em 1985 e 1992-, o Iron ainda contava com Dickinson. Como atração principal do Philips Monsters of Rock, toca com o novo cantor, Blaze Bayley.
Foi com Dickinson que o grupo britânico alcançou o auge da sua popularidade nos EUA, com discos como "Piece of Mind" (1983) e "Somewhere in Time" (1986).
O vocalista caiu fora em 1993 para lançar carreira solo. "Não posso dizer que gostei do seu último trabalho", diz o baixista Steve Harris, um dos fundadores da banda. "É indiferente."
Harris não ficou tão indiferente ao saber que, em sua passagem recente pelo Brasil, Dickinson disse que o Maiden "estava ultrapassado". "É melhor eu não dizer nada sobre isso", disse entre dentes.
Para o baixista, o pior já passou. "Estamos fazendo uma turnê mundial, o disco está vendendo bem. É bom ter cinco caras que gostam de estar na banda."
"X-Factor" é o nome do primeiro disco gravado com Bailey. "Já vendeu mais de um milhão no mundo todo", diz Harris.
No Brasil, mostrarão cinco ou seis faixas do disco novo. "Vamos tocar durante duas horas, então dá tempo de incluir tudo."
Entre hits como "The Number of The Beast" e "Killers", resgatam "Running Free", há muito ausente dos shows.
"O que segura um festival é a qualidade das bandas. E a seleção do Brasil está muito forte."
O Maiden já dividiu o palco antes com Motorhead e Skid Row. Esta semana, tocam com o Helloween na Espanha. Sobre os Raimundos, Harris disse que está "curioso".
Harris é o motivo pelo qual o Iron Maiden continua junto até hoje. Como o principal compositor, ele confere personalidade à banda, apesar das inúmeras mudanças de formação.
"O segredo para manter uma banda está em ser teimoso e, até certo ponto, egoísta." Sobre o hard rock dos 90, Harris vai direto ao ponto. "As bandas são muito influenciadas pelos anos 70."
Para o baixista, a única diferença marcante é o modo como essa geração fez a opção pelas drogas. "Acham que é 'cool' tomar drogas, especialmente heroína."
Harris não viu o filme "Trainspotting" -que corre o risco de ser proibido no Brasil, acusado de difundir o uso da heroína. "Odeio drogas, mas não acredito que as pessoas copiem o que vêem no cinema. Gosto de pensar que são mais inteligentes que isso."

Festival: Monsters of Rock
Onde: estádio do Pacaembu (pça. Charles Miller, s/nº)
Quando: 24 de agosto, a partir das 13h Quanto: de R$ 20 a R$ 50 (ingressos à venda nas bilheterias do Pacaembu, do ginásio do Ibirapuera e na Woodstock Discos - r. Dr. Falcão, 157)
Informações: (011) 253-5335

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