São Paulo, terça-feira, 6 de agosto de 1996 |
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Pintor não estava pronto para o sucesso
ADRIANE GRAU
Mas o filme "Basquiat" chega aos cinemas dos EUA para mostrar que a vida imita a arte. Aliás, a vida parece superar as expectativas. A morte por overdose de heroína aos 26 anos é apenas um final trágico para a vida em alto estilo e baixo-astral de Jean Michel Basquiat (Jeffrey Wright). Bem antes da morte ele se apaixona por Gina Cardinale (Claire Forlaine), uma garçonete que o leva para morar em sua casa. Só que nos intervalos entre os grafites que ele espalha pela cidade, assinando Samo, e a chegada do sucesso, ela tem que conviver com as aventuras sexuais do namorado, que incluem uma escapadela com Big Pink (Courtney Love). Segundo a visão do contemporâneo e amigo íntimo Julian Schnabel, as mostras individuais, entrevistas e atelier badalado não são suficientes para adoçar o amargor do passado miserável de Basquiat. Vale a pena assistir o filme, que mostra um panorama claro dos bastidores das hipervalorizadas obras de arte em New York nos anos 80. Após a morte do protagonista, suas telas chegaram a ser vendidas por US$ 600 mil. É divertido assistir aos trejeitos e jeito de falar do britânico David Bowie, que surpreende ao interpretar Warhol enquanto veste peruca e jaqueta originais cedidas pelo Andy Warhol Museum. A dona da galeria, Mary Boone (Parker Posey), foi outra que não se importou em emprestar trajes Chanel para sua personagem. Outros originais preenchem a tela, como as pinturas de Warhol, Basquiat e Schnabel. Este pode ser reconhecido na pele do bem-sucedido Albert Milo (Gary Oldman). Outros pesos pesados do cinema têm papéis menores. Bruno Bischofberger (Dennis Hopper) é o agente de Andy Warhol que mostra simpatia por Basquiat. O repórter interpretado por Christopher Walken, o eletricista de Willem Dafoe e o poeta Rene Ricard (Michael Wincott) são outros que interagem com o artista. (AG) Texto Anterior: Schnabel defende seu "Basquiat" Próximo Texto: Artista vem com Warhol Índice |
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