São Paulo, quinta-feira, 8 de agosto de 1996
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Força organiza invasão de ministério

CRISTIANE PERINI LUCCHESI
DA REPORTAGEM LOCAL

e SHIRLEY EMERICK
A Força Sindical prepara para hoje a invasão da sede do Ministério da Fazenda na cidade de São Paulo, disse o diretor da central Paulo Pereira da Silva, o Paulinho.
A invasão é mais um protesto contra o desemprego na cidade.
Ontem, metalúrgicos da Sofunge ocuparam a empresa, na Vila Anastácio, zona oeste de São Paulo. O presidente da Força Sindical, Luiz Antônio de Medeiros, participou da ocupação. A Sofunge entrou em processo de liquidação e está demitindo 1.500 funcionários.
Na quinta-feira passada a fábrica da Vicunha no Tatuapé, zona leste, foi invadida pelos têxteis, em protesto contra mil demissões.
Nos dois casos, os funcionários já saíram das empresas, mas estão acampados na porta para impedir a retirada das máquinas.
Hoje, a Força Sindical está convocando passeata com os funcionários da Sofunge e da Vicunha que deve culminar na invasão da sede do Ministério da Fazenda.
Ontem, Paulinho pediu ao ministro Paulo Paiva (Trabalho) a ampliação do seguro-desemprego para São Paulo.
Ele quer a extensão de 5 para 12 parcelas. O ministro disse que vai encaminhar o pedido para análise.
Paulinho solicitou também o aumento do Imposto de Importação de autopeças de 2% para 18%.
Sofunge
Ontem, o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo conseguiu junto ao Tribunal Regional do Trabalho que um oficial de Justiça fosse até a sede da Sofunge para verificar se a direção da empresa estaria fazendo locaute, o que é ilegal.
O mesmo oficial está realiza levantamento do patrimônio da empresa junto com uma comissão de funcionários. "Algumas máquinas sumiram durante a licença remunerada dos empregados", disse Eduardo Freitas de Almeida, secretário-geral do sindicato.
A Sofunge nega o sumiço das máquinas e o locaute. "São inverdades. O patrimônio da empresa será usado para pagar as verbas rescisórias aos trabalhadores e a fábrica está em liquidação, deixou de existir. Não há locaute", disse Celso Viveiros, porta-voz.
Vicunha
Os funcionários e a Vicunha aguardam julgamento que vai ocorrer na segunda-feira, segundo o presidente do Sindicato dos Têxteis, José Roberto dos Santos.
O sindicato pede a reintegração dos demitidos com base na convenção 158 da OIT, que proíbe demissões imotivadas.
Ontem, os têxteis foram depor na Comissão de Trabalho da Assembléia Legislativa sobre as demissões na Vicunha.

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