São Paulo, sexta-feira, 9 de agosto de 1996 |
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Governo Covas amplia gastos com publicidade Coordenadora diz que eleitores podem ver apoio a Serra FÁBIO SANCHEZ
Esse valor é 74% a mais do que esse governo gastou em propaganda até agora em seus 19 meses de gestão -R$ 11,8 milhões. Outros R$ 6,7 milhões serão gastos entre este mês e julho do próximo ano pela Secretaria da Educação, em dinheiro financiado pelo Banco Mundial. Esses números representam a primeira grande ofensiva do governo Covas no mercado publicitário. São uma tentativa de reverter resultado de ao menos quatro pesquisas feitas pelo próprio governo no primeiro semestre. Segundo essas pesquisas, a população tem a impressão de que o governo estadual está imóvel, embora reconheça que ele contou com poucos recursos para investimentos no ano passado. Queixas Para Nilce Tranjan, coordenadora de publicidade do governo, o fato de Covas investir em publicidade no período final da campanha eleitoral para as prefeituras municipais é uma "coincidência". "Até agora o governo tinha dívidas demais para investir em publicidade", disse Nilce. Segundo ela, "os eleitores de Covas se queixaram da ausência de comunicação". A maior parte da verba publicitária para os próximos meses está destinada à Secretaria de Governo e Gestão Estratégica. Ela conta com R$ 10,6 milhões, que distribuirá entre as 22 secretarias do Estado. O dinheiro será aplicado pelas agências DPZ e Adag, que venceram licitação lançada em junho. Os outros R$ 10 milhões serão destinados à divulgação do Programa Estadual de Desestatização (PED), que prevê a privatização das empresas de energia elétrica do Estado. A licitação para a aplicação dessa verba deverá ser publicada até o final desta semana. Ano eleitoral Nilce Tranjan acredita que a publicidade oficial fica prejudicada pelo clima de campanha eleitoral. "Ela pode ser encarada como uma iniciativa voltada a beneficiar a candidatura de (José) Serra", candidato tucano à Prefeitura de São Paulo. Para ela, "a credibilidade das nossas informações corre o risco de ficar diluída". Já o publicitário Luiz Grottera, dono da empresa Grottera Serviços a Marketing, que fez os comerciais da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo divulgados desde o mês passado, acredita que esse é "o melhor momento" para divulgar obras de Covas. Para Grottera, "não há nenhum equívoco" em anunciar no período eleitoral, já que "as pessoas estão definindo seu voto justamente nesse período" e, por isso, deveriam saber o que os governantes estão fazendo. Concorrência Grottera disse que a preparação da campanha do CDHU considerou como "concorrência direta" a divulgação feita pela Prefeitura de São Paulo para o Projeto Cingapura. Segundo ele, a prefeitura deve ter gasto R$ 15 milhões por ano na divulgação do projeto. Ele diz, entretanto, que não pretende comparar as obras de Covas às de Maluf. "Seria uma bobagem querer combater uma campanha que está há anos nas ruas." Texto Anterior: Um bom negócio Próximo Texto: A propaganda do governo Covas Índice |
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