São Paulo, sexta-feira, 9 de agosto de 1996
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PF indicia ex-presidente do Nacional

FRANCISCO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

O ex-presidente do Banco Nacional arcos de Magalhães Pinto foi indiciado sob acusação de crimes de gestão fraudulenta e de prestação de informações falsas em balanços.
Magalhães Pinto depôs no inquérito da Polícia Federal que investiga suspeita de fraude em 652 contas, no valor de R$ 5,3 bilhões.
As fraudes teriam o objetivo de aparentar que o banco ia bem. O inquérito é presidido pelo delegado Galileu Pinheiro.
Na saída do depoimento, de quase seis horas, o procurador da República Rogério Nascimento, que acompanha o inquérito, disse que mais importante que as declarações foi o fato de se levar "um dos maiores banqueiros do país a ser indiciado criminalmente".
Segundo Nascimento, o ex-presidente do Nacional sustentou uma linha de defesa semelhante à de Clarimundo Sant'Anna, ex-vice-presidente de controladoria do banco e já indiciado no inquérito.
Sant'Anna responsabilizou o ex-vice-presidente de operações Arnoldo de Oliveira como responsável pelas contas suspeitas.
Defesa
Segundo o advogado Evaristo de Moraes Filho, defensor de Magalhães Pinto, o ex-presidente disse que só tomou conhecimento das contas quando elas foram reveladas "pela imprensa".
Para Moraes Filho, "o que ficou bem claro é que não houve nenhum desvio do patrimônio do Nacional".
Segundo ele, "o tal famoso rombo foi produto de um prejuízo operacional acumulado". O advogado acrescentou que "ninguém enriqueceu com esse estado de iliquidez do Banco Nacional".
Todos os executivos e dirigentes do Nacional que prestaram depoimentos até agora no inquérito da PF foram indiciados.
Além de Clarimundo Sant'Anna e Marcos de Magalhães Pinto, foram indiciados Arnoldo de Oliveira, Nagib Antônio (ex-vice-presidente de risco de crédito e auditoria) e os ex-gerentes Omar Bruno Corrêa e Antônio Nicolau Feijó. Todos são agora suspeitos de gestão fraudulenta do banco.
Marcos de Magalhães Pinto não fez declarações ao chegar nem ao sair da sede regional do Rio da PF. Hoje deve depor Fernando de Magalhães Pinto, irmão de Marcos.

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