São Paulo, sexta-feira, 9 de agosto de 1996
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Cadastramento acha 285 mil 'fantasmas'

FERNANDO ROSSETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

O cadastramento de alunos feito no início deste ano na rede estadual de ensino de São Paulo apurou 285.427 estudantes a menos do que os que foram matriculados.
São alunos que podem ser chamados de "fantasmas", já que são contabilizados na hora do planejamento escolar, mas não existem no cadastramento -que é um processo mais confiável de levantamento do número de estudantes.
Os 285 mil alunos ocupariam cerca de 90 escolas com mil estudantes em cada um dos três turnos. A rede tem 6.700 escolas.
No ano passado, a divergência entre os estudantes contados pela matrícula e os que foram apurados no cadastramento apontou uma divergência de 700 mil.
O cadastramento consiste em cada aluno preencher uma ficha com uma série de dados -de filiação a endereço, do número da classe em que estuda à série que frequenta.
Com esse cadastro, que está sendo informatizado e ficará acessível nos computadores nas próprias escolas, a Secretaria de Estado da Educação está resolvendo um dos problemas mais graves da megarrede de ensino paulista: a falta de confiabilidade dos dados estatísticos -e a consequente irracionalidade no planejamento.
O número alto de "fantasmas" se deve a vários fatores. Os dois principais motivos são os alunos que se matriculam em duas ou mais escolas e os alunos que se matriculam e deixam a escola no decorrer do ano, segundo a secretária da Educação, Rose Neubauer.
No ano passado, por exemplo, o cadastramento foi feito no final de agosto e início de setembro, quando a evasão já é alta. A média de evasão na rede está entre 6% e 7%.
Este ano, o cadastramento foi feito pouco após o início das aulas.
O próprio cadastramento registrou este ano 40 mil alunos que haviam se matriculado, em média, em 2,5 escolas. Só isso já localiza em torno de 60 mil "fantasmas".
Agora, aos dados estão sendo cruzados novamente para "depurar" o cadastro.

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