São Paulo, sexta-feira, 9 de agosto de 1996 |
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Protesto pode interditar avenida
ANDRÉ LOZANO
Ontem à tarde, um sentido da avenida foi bloqueado por causa de um atropelamento. O menino Alexandre Alcides dos Anjos Silva, 3, foi atropelado quando saía da barraca montada pelos pais no canteiro central da avenida Nagib Farah Maluf, em frente ao alojamento. O garoto estava morando em uma das 11 barracas que ainda permanecem espalhadas pela a avenida. O motorista do Monza bege de placa DV-0105, segundo anotação de um desabrigado, chegou a parar o veículo depois do acidente, mas arrancou quando cerca de 30 moradores se aproximaram do carro aos gritos. "O pessoal ia linchar o motorista", afirmaram Clemilson Jesus, 13, Fernando Machado, 15, e José Newton, 19. O garoto foi socorrido pela Guarda Civil Metropolitana ao hospital Planalto. Segundo o neurologista José Miguel Nicolau Neto, ele sofreu um hematoma na testa e ficará no hospital por pelo menos 24 horas. Depois do acidente, os moradores fecharam a avenida. "Se a prefeitura não resolver nossa situação em um mês, vamos fechar a rua toda e jogar pedras nos carros oficiais", disse a moradora Rosineide Madalena da Silva, 29. Segundo ela, a manifestação poderá ocorrer na próxima segunda-feira. As famílias reclamavam ontem dos empregos perdidos por aqueles que faltaram nos últimos três dias ao trabalho para colaborar na assistência às vítimas. "Fui demitido porque tive de procurar um lugar para a minha mulher e meu filho de um ano", contou o morador disse Genival Joaquim Santana, 24. Os moradores acampados estão recebendo alimentos de vizinhos dos prédios da Cohab. Desde o dia do incêndio, a moradora Irene Schwartz Magalhães, 52, tem feito sopa e macarronada para os desabrigados. "Essas pessoas não merecem essa vida", disse Irene. (AL) Texto Anterior: 'Gambiarras' continuam em alojamentos Índice |
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