São Paulo, sexta-feira, 9 de agosto de 1996
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"Cinema espacial" prova que há vida em marte

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Novas produções recuperam o terror causado pela invasão de seres vindos do "planeta vermelho"
Ainda que involuntário, é o maior golpe publicitário já acontecido em Hollywood.
Desde anteontem, cientistas debatem o que já foi chamada de "a maior descoberta do século": Allan Hills 84001, o sofisticado nome para um meteorito, vindo de Marte, que conteria, além de minerais, uma fascinante notícia: fósseis de microorganismos, evidências de vida em outro planeta.
Quando as primeiras imagens dos vales e montanhas de Marte foram mostradas a um público atônito, em 1972, indicavam possibilidade de vida no planeta.
E materializavam o sonho de centenas de astrônomos, admiradores da literatura de ficção científica do britânico H.G. Wells e fãs das séries de TV "Perdidos no Espaço" e "Jornada nas Estrelas".
O "retorno de Marte" tem agora outras obras para dar conta do imaginário sobre a aparência e os efeitos de um encontro do homem com um ser alienígena.
A série televisiva "Arquivo X", a volta prometida de "Guerra nas Estrelas" para 1999, o novo filme do diretor Tim Burton, "Mars Attack", e, claro, "Independence Day" ("ID4"), que estréia oficialmente nos cinemas brasileiros hoje, são amostras do retorno do cine americano ao seu filão espacial.
Mas, se nas décadas de 70 e 80, ao ser que viria do espaço ainda era concedido o direito de possuir uma boa alma ("ET", por exemplo), agora tudo se inverte.
As novas produções se aproximam mais dos filmes B realizados nos anos 50, o momento de pânico da Guerra Fria. Quem pode chegar é o inimigo, a criatura apavorante.
Tudo somado à idéia de que os governos trabalham para esconder de todos os cidadãos os fatos sobre extraterrestres, uma idéia presente em quase todos os roteiros.
Antes uma metáfora sobre o avanço do comunismo na Terra, os marcianos -na ciência e no cinema- desembarcam agora em um planeta a procura de inimigos.

LEIA MAIS sobre a mania espacial à pág. 4-7

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