São Paulo, sexta-feira, 9 de agosto de 1996 |
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'Tieta' prepara volta de Sonia Braga
EVA JOORY
Versolato é responsável pelos figurinos de Sônia Braga do filme "Tieta", de Cacá Diegues, que tem pré-estréia na próxima terça em Salvador. Sonia disse que ainda não viu o filme pronto, por isso não pode falar sobre "Tieta": "Ainda não estou autorizada a falar. A Columbia, a distribuidora, não fez planos para a promoção do filme. Acho que eles estão atrasados". Para a atriz, fazer "Tieta" -seu primeiro filme com Diegues- foi um sonho de muito tempo que virou realidade. "Eu estava há muitos anos com os direitos do livro, mas resolvi esperar o fim da novela da Globo. Achei que seria indelicado fazer um filme ao mesmo tempo. Chamei o Cacá para dirigir e fazer a produção. Apesar de não ter visto o filme pronto, acho que 'Tieta' vai trazer um pouco a volta do cinema brasileiro, movimento iniciado com filmes como 'O Quatrilho' e 'Carlota Joaquina"'. Sobre os figurinos de Versolato, Sonia afirmou que o estilista, apesar de bastante sofisticado, deu uma cara brasileira aos vestidos. "São feitos para a mulher brasileira, que tem essas curvas todas. A Tieta é uma mulher mais gostosa, nem magra, nem gorda. Fisicamente a Tieta representa a média da mulher brasileira de 45 anos. Ela não corre na praia todo o dia. Ao contrário, come bastante. É uma mulher do Jorge Amado." Sobre sua saída da novela "Antonio Alves, Taxista", do SBT, prefere silenciar: "Não tenho comentários sobre isso. Pergunte a eles". Para a atriz, novela é a arte popular brasileira, mas é preciso mais respeito e garantias para os artistas: "Nunca fiz televisão pelo lado empresarial. Ao contrário, sempre quis divulgar essa arte, que é riquíssima no Brasil. Quero continuar minha luta pela qualidade e pelo desenvolvimento dela". Para isso, diz Sonia, "é preciso investir em gente nova". "Por isso apoio as produções independentes. Por outro lado, é responsabilidade das pessoas que já estão estabelecidas criar leis e proteção para os artistas. Eu não tenho filhos, não tenho para quem deixar uma herança. Quero deixar algo para os novos profissionais, regulamentar nossa profissão. A TV é uma indústria. Não estamos trabalhando no teatrinho de Santo André." Morando em Nova York há quase dez anos, Sonia diz que não pensa em outra coisa a não ser voltar ao Brasil. "Sempre considerei a minha estada em NY uma coisa cultural. Meu único sonho no momento é trabalhar no Brasil, falando a língua portuguesa, interpretando personagens brasileiros. Quando faço cinema, fico feliz. Quando tiro férias, fico de mau humor." Sobre um possível convite para atuar em "Salsa e Merengue", nova novela de Miguel Falabella, Sonia diz que seria uma participação, mas que ainda não conversou com o diretor Wolf Maia. Texto Anterior: Coluna Joyce Pascowitch Próximo Texto: Mostra disputa teatro com a Globo Índice |
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