São Paulo, sexta-feira, 9 de agosto de 1996
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A última do Serra

FERNANDO RODRIGUES

Brasília - Mais um exemplo de como vai mal a candidatura de José Serra para prefeito de São Paulo.
Há cerca de um mês, emissários de Serra pediram apoio dos sindicalistas Paulo Pereira da Silva, o Paulinho dos metalúrgicos de São Paulo, e Luiz Antônio de Medeiros, da Força Sindical.
Quando receberam o emissário tucano, Paulinho e Medeiros deram uma enrolada. Disseram que não poderiam dar apoio explícito já. Os sindicalistas têm uma desculpa formal. São filiados ao PTB, que tem candidato próprio na disputa paulistana.
Na realidade, tanto Paulinho como Medeiros acham que a candidatura de Serra não tem futuro. Mas não querem falar isso de forma direta.
Para não deixar a situação muito constrangedora, ofereceram uma leva de diretores do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo para ajudar na campanha de Serra.
O deputado José Aníbal (PSDB-SP), líder dos tucanos na Câmara, ficou de dar continuidade aos contatos com os dirigentes sindicais destacados para "apoiar" Serra. Em seguida, Paulinho ficou sabendo que seria contatado por uma terceira pessoa.
Essa terceira pessoa seria Francisco Graziano. Sim, ele mesmo, Graziano que saiu do governo federal depois de se envolver num escândalo de escuta telefônica indevida.
Como se sabe, Graziano está de volta ao governo tucano. É o atual secretário da Agricultura do governador de São Paulo, Mário Covas.
O encontro entre Graziano e Paulinho seria na segunda-feira. Depois, passou para terça. Em seguida, quarta. Até ontem, nada havia acontecido.
Enquanto isso, Paulinho e Medeiros falavam mal do governo ontem numa passeata em São Paulo. Em seguida, entraram em confronto com a polícia comandada por Mário Covas.
Apesar disso, Serra continua prometendo a adesão de sindicalistas.
Pelo andar da carruagem, está cada vez mais isolada e irrecuperável a candidatura de José Serra.

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