São Paulo, sábado, 10 de agosto de 1996
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Morador de Cingapura reclama a Rossi

ANA MARIA MANDIM
DA REPORTAGEM LOCAL

Moradores do Parque Vila Maria Baixa (zona norte) aproveitaram ontem o minicomício do candidato do PDT à Prefeitura de São Paulo, Francisco Rossi, para reclamar do Cingapura construído no local.
Segundo moradores, os canos de esgoto estão entupidos e água servida aflora à superfície.
Parte do terreno junto aos prédios do Cingapura, onde o caminhão de som da campanha de Rossi estacionou, está tomada por lama, água suja corrente e detritos.
Na rua São Felipe, ao lado do Cingapura, há uma poça de água escura, assinalando outro ponto onde o encanamento se rompeu, segundo os moradores.
O motorista Geraldo Alexandre Fernandes, 37, morador da rua São Felipe há 15 anos, disse que para levantar dez unidades do Cingapura foram derrubadas 16 casas de alvenaria que existiam no local.
Em seu discurso, o candidato do PDT criticou a derrubada das casas. Disse que o lugar deveria ter sido urbanizado.
"Destruíram o esgoto"
"Eles destruíram o esgoto que fizemos com as nossas mãos e com a contribuição dos moradores", afirmou o motorista.
Maria do Carmo da Silva, 53, empregada doméstica e ex-presidente da associação de moradores, confirmou a versão de Fernandes.
"Moro aqui há 20 anos. Depois de muita luta, conseguimos que a companhia que fazia o Cingapura reconstruísse o esgoto."
Segundo Fernandes, os canos colocados são pequenos e estão obstruídos.
"Estamos fazendo as necessidades no balde e jogando num córrego aqui perto que também já está totalmente obstruído."
"Essa porqueira"
Rosileide Santos de Oliveira, 22, dona-de-casa, se queixa da "porqueira" em frente aos prédios, inaugurados há um ano.
"Saí de um inferno para cair em outro pior. Antes os barracos."
Moradoras que haviam saído para ver o comício de Rossi disseram que as privadas dos blocos três e quatro estão entupidas.
Há dezenas de barracos colados ao Cingapura. Sandra Maria de Melo, 17, mora em um deles junto com quatro irmãos e "com os ratos". As tábuas do piso do barraco estão sobre um valão de esgoto.
Os moradores já fizeram diversas reclamações à prefeitura, sem obter resultado.
A Folha telefonou ontem para o secretário municipal da Habitação e Desenvolvimento Urbano, Lair Krahenbuhl. Sua assessoria disse que ele não ligaria de volta porque iria viajar.

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