São Paulo, sábado, 10 de agosto de 1996
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PSDB quer votar já contas de Maluf

CARLOS EDUARDO ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

O PSDB tirou do fundo do armário uma velha peça para tentar alvejar a candidatura de Celso Pitta (PPB) à Prefeitura de São Paulo: decidiu que a Assembléia Legislativa votará nas próximas semanas as contas do governo estadual de Paulo Maluf (79 a 82).
A idéia, adormecida há mais uma década, foi ressuscitada por sugestão do ministro Sérgio Motta (Comunicações) e encaminhada pelo presidente da Assembléia paulista, o tucano Ricardo Tripoli.
O objetivo é, se obtida a rejeição das contas, causar constrangimento à campanha do malufismo.
"Compromisso"
Tripoli nega o caráter eleitoral. Disse que, ao se tornar presidente da Casa, prometera votar todas as contas de ex-governadores. "Tenho que honrar o compromisso."
A Assembléia não examinou em plenário, ainda, as contas de Paulo Egydio Martins, antecessor de Maluf no Palácio Bandeirantes.
Segundo Tripoli, as contas de Maluf já foram rejeitadas pelo Tribunal de Contas do Estado e pela Comissão de Finanças da Casa.
"Estava esperando a Comissão de Finanças analisar as contas do governo de Fleury, e agora já podemos encaminhar todas para o plenário", declarou Tripoli.
"Assassinato"
Motta foi o autor dos mais duros ataques a Maluf em festa tucana anteontem no clube A Hebraica.
O ministro disse que as dez pessoas que morreram em incêndio de abrigo da prefeitura, dia 6, "foram assassinadas pela prefeitura".
Motta afirmou que Maluf e Pitta representam o "Brasil velho da corrupção e da incompetência"'e recomendou aos tucanos a transformação de São Paulo numa "praça de guerra" para assegurar a eleição de José Serra.
O governador Mário Covas lembrou frases infelizes de Maluf, como o "estupra, mas não mata" e "as professoras são malcasadas", para pedir o empenho da militância contra a candidatura Pitta.
Agressividade
Deputados estaduais e federais do PSDB paulista decidiram recomendar a Serra uma atitude mais agressiva em relação a Pitta.
A proposta é uma campanha específica para responsabilizar Pitta pelo endividamento da cidade.
"Estamos batendo muito em Maluf e esquecendo de lembrar que Pitta foi o homem que fez essa dívida dramática", afirmou o deputado Walter feldman. Antes de ser candidato de Maluf, Pitta era seu secretário de Finanças.

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