São Paulo, sábado, 10 de agosto de 1996 |
 |
|
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Carnaval inaugura avenida em São Paulo
ROGÉRIO GENTILE
A festa foi organizada pela Anhembi, Turismo e Eventos da Cidade de São Paulo (empresa municipal) e pela Associação das Bandas, Blocos e Cordões Carnavalescos de São Paulo (ABBC) como sendo o primeiro evento pré-carnavalesco da cidade, a "Euphoria na nova Faria". "O fato de a prefeitura estar entregando o último trecho da avenida é uma simples coincidência", afirmou o diretor de turismo da Anhembi, Valter Lessio. Ele garantiu que todas as despesas serão pagas pela associação. Marcio de Luna, diretor da ABBC, não disse quanto vai ser gasto no evento. Segundo Alberto Alcântara, empresário da banda Mel, o grupo não se apresenta por menos de R$ 14 mil. "Eventos com caráter político custam 20% ou 30% a mais", disse. Ele não informou quanto foi cobrado para a apresentação de amanhã. O prefeito Paulo Maluf vai estar no local. Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, Maluf foi "convidado" a participar da festa e vai aproveitar para liberar o último trecho da avenida, que tem 800 metros, e vai até a avenida Hélio Pellegrino. Esse é o quarto trecho que o prefeito inaugura na avenida Faria Lima. Em outubro de 1995, ele liberou o primeiro trecho, de 1.340 metros, entre a avenida Pedroso de Morais e o largo da Batata. Seis meses depois foi entregue a segunda parte da obra, de 1.260 metros, entre as avenidas Cidade Jardim e Juscelino Kubitschek. Esse trecho sofreu um pequeno desvio do projeto original para que fosse preservado um jequitibá. Em maio do ano passado, o prefeito liberou mais cem metros da avenida até a rua Jesuíno Arruda. O objetivo era que o trecho funcionasse como retorno entre a avenida Juscelino Kubitschek e a Faria Lima. Polêmica Uma das obras mais polêmicas da gestão Maluf, a construção da nova Faria Lima foi anunciada por Maluf logo depois da posse, no início de 1993. O projeto é do arquiteto Júlio Neves. Os moradores de Pinheiros (zona oeste) e da Vila Olímpia (zona sul), dois bairros muito afetados pelas desapropriações, organizaram-se contra a obra. A polêmica acabou atrasando a aprovação do projeto na Câmara, que só ocorreu no início do ano passado. O custo da avenida, segundo a prefeitura, foi de R$ 12 milhões, sem contar o gasto com as desapropriações, que será estipulado pela Justiça. A previsão é que esse gasto fique em R$ 100 milhões. Foram feitas 374 desapropriações. Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), cerca de 100 mil pessoas vão utilizar a avenida por dia. No total, incluindo o trecho antigo, avenida Faria Lima terá 5.300 metros de extensão. Texto Anterior: Shakespeare disse tudo Próximo Texto: Nova Avenida Faria Lima Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |