São Paulo, sábado, 10 de agosto de 1996
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São Paulo vira 'cover' do Brasil-94

ARNALDO RIBEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL

Covers
Edmílson - Mazinho
Axel - Mauro Silva
Djair - Dunga
Denílson - Zinho
Muller - Bebeto
Serginho - Leonardo

O técnico Carlos Alberto Parreira decidiu adotar no São Paulo exatamente o mesmo esquema tático que ele usou na campanha vitoriosa da seleção brasileira durante a Copa do Mundo de 94.
Isso ficou provado na estréia da equipe no Brasileiro, anteontem -vitória de 2 a 1 sobre a Portuguesa.
Com um "futebol pragmático" -implacável marcação no meio-campo, valorização da posse de bola, apoio dos laterais e contra-ataques rápidos-, a equipe são-paulina tentou ser o Brasil de 94.
O time teve dois zagueiros, dois laterais ofensivos, três meias defensivos, um meia ofensivo e dois atacantes, exatamente como a seleção comandada por Parreira e Zagallo.
Pedro Luiz e Bordon procuraram fazer aquilo que Aldair e Márcio Santos fizeram em 94.
Belletti e Edmílson foram "covers" de Jorginho e Mazinho, pela direita. Serginho e Denílson fizeram o mesmo que Leonardo (Branco) e Zinho pela esquerda.
Axel teve a função de proteger todo o sistema defensivo, assim como Mauro Silva na seleção.
Djair, como Dunga em 94, foi o ponto de referência do time.
No ataque, Muller se movimentou pelos dois lados, como Bebeto, e Valdir fez o papel de pivô, como Romário.
Comparação
Apesar das evidências, Parreira preferiu não fazer comparações. "Apenas a filosofia de jogo é a mesma. A disposição das peças em campo é diferente", afirmou.
Mas, para os dois jogadores do São Paulo que fizeram parte da campanha do "tetracampeonato" -Zetti e Muller-, "os dois times se parecem muito".
"É o mesmo trabalho, o mesmo posicionamento. Três homens de meio-campo protegem a zaga, um faz a ligação e dois ficam no ataque. O importante, como em 94, é roubar a bola, ficar com ela e atacar na hora certa", disse o goleiro Zetti.
Ressaltando que o São Paulo "ainda não atingiu o nível de entrosamento da seleção brasileira", Zetti disse que aprova o esquema de Parreira.
"Para o goleiro, é ótimo. Eu fico protegido pelo forte sistema de marcação na defesa e no meio-campo e praticamente não trabalho. Me sinto mais seguro", afirmou o goleiro.
"Tenho apenas que atuar um pouco mais adiantado, para desarmar eventuais jogadas em profundidade", acrescentou.
Aprovação
Parreira já aprovou o "novo São Paulo" e disse que vai manter a equipe nos próximos jogos.
"Para uma estréia, foi muito bom. Falta apenas um pouco mais de ritmo ao time", afirmou.
Ele elogiou principalmente a atuação do meio-campo do time.
"Foi muito bem. Bloqueou e armou na hora certa. O Djair deu ritmo ao time, e o Denílson, com sua velocidade, foi opção para o contra-ataque e entortou a defesa adversária."
O lateral-esquerdo André, que ficou no banco de reservas contra a Portuguesa, não tem lugar garantido no time.
"Ele ainda precisa recuperar a forma física. Ficou 40 dias sem jogar, na reserva da seleção brasileira. Eu sei bem o que é isso", disse.
Folga
O São Paulo só volta a jogar pelo Brasileiro no próximo dia 18, contra o Bahia, no Morumbi.
Antes, na próxima quarta-feira, enfrenta o Grêmio, em Manaus, pela Copa Ouro. Se ganhar, decide o título do torneio na sexta-feira, contra o vencedor de Flamengo e Rosário Central, da Argentina, que se enfrentam na terça-feira.
A diretoria são-paulina ainda procura contratar dois reforços: um lateral e um zagueiro.
O passe do lateral-direito Pimentel, do Vasco, está estipulado em R$ 2,8 milhões. O zagueiro Márcio Santos, do Ajax, da Holanda, interessa, mas apenas por empréstimo.
Por "precaução", o lateral Cláudio e o zagueiro Nem foram reintegrados ao time.

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