São Paulo, sábado, 10 de agosto de 1996 |
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Ufanias
JOSÉ HENRIQUE MARIANTE Leio na britânica "Autosport" que Ecclestone pressiona Williams para que Hill seja mantido em 1997.Motivo: o contrato de US$ 60 milhões assinado pela Foca com a ITV, a emissora que roubou a F-1 da BBC por cinco anos no Reino Unido. Aliás, um bom motivo. Quem gasta toda essa dinheirama não vai ficar muito feliz se o maior representante da ilha, na provável condição de campeão, for afastado do único carro que lhe permite tamanho sucesso. A história é boa, mas demonstra como cada país trata de puxar a sardinha para sua brasa. No Brasil, foi Gil de Ferran que nos proporcionou um pequeno espasmo patriótico. Pequeno, pois o piloto, além de não ter segurado a peteca após a vitória de Cleveland, deve ter achado absurdas as cláusulas dos atuais contratos da F-1. (Espero, sinceramente, que Gil me faça engolir o início do último parágrafo até o final da temporada.) Patriotada deve estar acontecendo também na Alemanha, com o tal boato de que Frentzen pode ocupar a tão sonhada vaga de Hill. Nada mais natural. Mesmo com a globalização e todas as papagaiadas do gênero, nações e raças continuam iguais. Mauricio Stycer, um dos enviados da Folha a Atlanta, analisou bem o fato, contando que os fotógrafos carregavam bandeiras para dar aos atletas de seus países em caso de triunfo. Nossa soberba, porém, ultrapassou todos os limites do razoável quando CBF, Fifa e COI armaram a entrega do bronze em separado para os jogadores da seleção de futebol. Um vexame, bem maior que perder para os africanos, prova definitiva que ainda somos uma república de bananas. E que, se contrastado com as 15 medalhas obtidas, também comprova que nosso maior problema não é a falta de talento, mas de seriedade. Texto Anterior: Mais informação, por favor Próximo Texto: Rio ameaçado; Pedro Muffato; Para entender; Fim-de-semana Índice |
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