São Paulo, sábado, 10 de agosto de 1996
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Greenberg negava arte 'sentimentalista'

MARCELO REZENDE
DA REPORTAGEM LOCAL

O crítico Clement Greenberg se notabilizou por um claro conceito sobre os direitos e deveres da arte moderna: o artista deveria, antes de tudo, buscar superar os desafios impostos pela feitura de uma obra. E não borrar uma tela com sentimentalismos.
Essa fuga da pintura ou escultura banal, pois em nada poderia contribuir para a história da arte, poderá ser conhecida no livro "Arte e Cultura".
A editora Ática pretendia lançar a obra na próxima Bienal Internacional do Livro de São Paulo, que se inicia na próxima semana.
Mas, devido a problemas com a tradução, os ensaios de Greenberg poderão ser lidos no momento em que novos e estabelecidos artistas terão suas obras exibidas na segunda grande bienal, desta vez de artes, que acontece neste ano na cidade.
Além de "Arte e Cultura", Clement Greenberg chegará também em um volume preparado pela Jorge Zahar editora.
O livro "Crítica de Arte" trará ensaios sobre a obra do crítico, que, tanto para leitores quanto para os artistas de seu país, foi um dos mais influentes nos últimos 30 anos. Chegará às livrarias em outubro. O mês da Bienal de Artes.
Nascido em uma família de origem modesta da cidade de Nova York, Greenberg iniciou sua carreira nos anos 30.
É nessa década que escreve "Avant-Garde e Kitsch", onde procura investigar "como uma mesma civilização pode ao mesmo tempo produzir uma pintura de Braque e uma ilustração barata para a capa do 'Saturday Evening Post"'.
Esse é o texto que abre a antologia "Arte e Cultura". O que se seguirá, ao longo de suas 277 páginas (na edição americana) é uma tentativa de entender as aproximações e afastamentos da cultura americana em relação ao que já foi escrito, pintado ou dito na Europa.
O livro aborda de Cézanne a Chagal, passando por Picasso, até alguns expoentes do modernismo na literatura.
Greenberg deixou de escrever em 1969. A pop-art de Andy Warhol tomava a cena, mas sua crença no expressionismo abstrato ainda permanecia. Para ele, uma das raras vezes em que a América teve a chance de produzir uma arte que era fruto da razão.
(MR)

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