São Paulo, domingo, 11 de agosto de 1996
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Nível social determina hábito

JAIRO BOUER
ESPECIAL PARA A FOLHA

O aleitamento materno é menor nas mulheres de nível socioeconômico mais baixo. Esse é o resultado de um trabalho realizado com um grupo de 80 crianças no seu primeiro ano de vida.
As mães dessas crianças foram divididas em três grupos: usuárias do sistema público de saúde, associadas a convênio de saúde ou pacientes de clínicas privadas.
Apenas 30% das mulheres que frequentavam um posto de saúde ou hospital público mantinham seus filhos em aleitamento materno. Esse valor subia para 47% nas mulheres que tinham convênios de saúde e para 70% nas que se consultavam em clínicas privadas.
O necessidade de retorno ao trabalho não foi a principal causa dessa diferença. Apenas 16% das mulheres que utilizavam o sistema público trabalhavam fora de casa enquanto que 83% das mulheres associadas a convênios de saúde tinham vínculos empregatícios. 50% das mulheres de nível social mais alto trabalhavam fora.
Segundo a pediatra Lélia Gouvêa, o fator fundamental para essa diferença é o maior acesso à informação e à atenção médica nos grupos sociais mais privilegiados.
Outro dado relevante foi a idade média de início de desmame. Nas mães que frequentavam o sistema público ou nas que eram associadas aos convênios, as crianças paravam de mamar no peito com menos de um mês. Já, no grupo de mães que iam às clínicas privadas, esse período de tempo foi igual ou superior a três meses.
(JB)

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