São Paulo, segunda-feira, 12 de agosto de 1996 |
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Mercadante tenta 'abafar' divisão
ANTONIO CARLOS SEIDL
Mercadante, que na véspera defendera uma campanha mais ofensiva, discordando do tom "light" preferido por Erundina, chegou ao ponto de encontro para a carreata da chapa na zona Sul de São Paulo com um buquê de margaridas para a candidata petista. Após entregar as flores e abraçar demoradamente sua companheira de chapa, disse que o gesto era uma demonstração pública de que ambos estão juntos e unidos "mais do que nunca neste momento". "Corpo e alma" "A unidade política do PT é muito forte e estou com tudo nesta campanha, de corpo e alma", afirmou o vice do PT. Mercadante manifestou sua divergência logo após a divulgação da pesquisa Datafolha que revelou uma queda de cinco pontos percentuais na taxa de intenção de voto de Erundina (24%). Além de perder votos, a chapa do PT também viu a liderança na disputa em São Paulo ir para as mãos de Celso Pitta (PPB). Para Erundina, a estratégia por enquanto está correta. Segundo ela, uma mudança somente seria necessária caso houvesse uma queda "muito significativa" de sua posição nas pesquisas. Sem enumerá-las, o candidato a vice disse que tem sugestões para o aprimoramento da campanha petista, mas fez questão de afirmar que quem define a linha fundamental é Erundina. "O vice ajuda, participa, mas jamais vou estar aqui para dividir o partido", afirmou Mercadante. "A discussão sobre os rumos da campanha é uma forma de contribuir, mas não significa divisão partidária". Ajustes Dizendo defender uma campanha afirmativa, construtiva e propositiva, Mercadante informou que o PT vai fazer hoje um balanço e analisar as perspectivas da campanha. "Vamos discutir a possibilidade de ajustes, mas, qualquer que seja a linha da campanha, vou estar junto, ajudando, contribuindo e propondo. Temos a melhor candidata, a melhor proposta e, portanto, condições de fazer uma grande campanha e vencer em São Paulo". E reafirmou: "É fundamental que fique muito claro que estamos unidos, e assim vamos ficar até o final", disse. O senador Eduardo Suplicy disse que a perda de liderança da chapa do PT é sinal de que a disputa vai ser muito difícil e equilibrada. "Temos de refletir muito sobre esse resultado para aprimorar a campanha, explicando de forma muito clara para a população as propostas de Erundina", disse. Suplicy evitou criticar a linha "light" da campanha petista na TV. Para ele, uma mudança drástica pode prejudicar, em vez de ajudar. "É preciso ter confiança na estratégia adotada pelos responsáveis pela campanha, porque eles foram escolhidos por causa da sua competência", disse. Texto Anterior: Candidato promete segurança Próximo Texto: Os candidatos no rádio e na TV Índice |
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