São Paulo, segunda-feira, 12 de agosto de 1996
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Teens criam fã-clube de Yigal Amir

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A entrevista que revelou a existência de um fã-clube de Yigal Amir, o assassino do premiê Yitzhak Rabin, abriu uma controvérsia nacional em Israel, envolvendo do chefe do governo à viúva Leah Rabin.
No sábado, uma emissora de TV mostrou três garotas da cidade de Kiryat Gat, no sul do país, exibindo orgulhosamente seus álbuns com fotos e recortes sobre Amir, 26, e escrevendo uma carta para ele. "Que sorriso -um sorriso doce, realmente atraente", disse uma das fãs.
A entrevista das adolescentes, que não foram identificadas nem tiveram suas idades divulgadas, dominou os programas de discussão nas rádios do país.
Leah Rabin, viúva do premiê morto em 4 de novembro passado, disse que "há um enorme público, bem maior do que se imagina, que até hoje acha o assassinato uma coisa excelente".
Ela relembrou o clima na época do crime, quando extremistas de direita faziam atos acusando Rabin de traição e assassinato por causa do processo de paz com os palestinos.
Após a morte de Rabin, ela chegou a apontar o hoje premiê Binyamin Netanyahu como um dos responsáveis pela divisão do país. Ontem, Netanyahu emitiu um comunicado oficial sobre o fã-clube: "O primeiro-ministro vê isto como um sério fenômeno, que deve ser extirpado imediatamente".
As garotas disseram ter ido sete vezes ao tribunal onde Amir foi julgado. "Era divertido quando ele nos dizia 'oi' e sorria em nossa direção", disse uma fã. Atualmente, o ex-estudante de direito cumpre prisão perpétua.
Ameaça
Na noite de sábado, após a transmissão, a família de Amir recebeu uma ameaça de bomba em sua casa, perto de Tel Aviv. Segundo a agência "Itim", a polícia só achou uma garrafa com fios e uma foto de Rabin dentro.
A polêmica também atingiu os educadores de Israel, acusados de serem incapazes de ensinar às garotas o que é certo e o que é errado.
Segundo Rachel Buhbut, diretora do colégio em que estudam duas das adolescentes, elas são "realmente isoladas". Mas a Rádio Israel noticiou que as paredes da escola têm grafites que dizem: "Morte aos árabes" e "Peres é o próximo da fila", em referência ao sucessor de Rabin.
Em visita à Suíça, o ministro da Educação de Israel, Zevulun Hammer, respondeu. Segundo ele, o tema da morte de Rabin será incluído no currículo escolar no próximo ano letivo.

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