São Paulo, segunda-feira, 12 de agosto de 1996
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Lebed tenta diálogo com tchetchenos

General viaja à região

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O general Alexander Lebed viajou ontem em direção à Tchetchênia para tentar negociar com os rebeldes separatistas da República Autônoma do sul da Rússia.
Desde anteontem, Lebed, que já era o homem forte da Rússia, se tornou o representante do presidente Boris Ieltsin para a guerra civil na região.
Segundo a rádio Eco, de Moscou, Lebed conversou na noite de sábado com Narid Katchilaiev, presidente da União de Muçulmanos da Rússia, representante dos rebeldes junto ao governo federal. Eles estariam dispostos a um "diálogo sério" com Lebed.
Os combates continuaram ontem em Grozni, a capital da república separatista, pelo sexto dia consecutivo. Russos e tchetchenos dizem controlar a cidade. Houve tiroteios por todo o dia.
Correspondentes da agência "France Presse" disseram que os guerrilheiros eram maioria nas ruas, mas o jornalista da agência russa "Itar-Tass", cercado em um hotel do centro, disse que as tropas de seu país conseguiram reconquistar os prédios governamentais.
O comando russo disse que a atual ofensiva tchetchena matou 169 soldados e feriu 618. Os rebeldes admitem 29 baixas, com dezenas de feridos.
A ofensiva acontece na semana da posse de Ieltsin à frente de seu segundo mandato. Ontem, o premiê Viktor Tchernomirdin disse que discutiu com Ieltsin a adoção de "medidas radicais" que forcem os rebeldes a negociar.
Anteontem, ao ser reconduzido ao cargo pelo Parlamento, Tchernomirdin criticou a atuação russa na região e disse temer uma "saída afegã" para o conflito. Ele se referia ao fracasso militar da então URSS durante a intervenção no Afeganistão (1979-1989).
Entre as medidas propostas por Tchernomirdin está o envio de reforços para combater os rebeldes. O primeiro-ministro disse que a medida não se chocaria com o planos de paz firmado pelas duas partes, que prevê um cessar-fogo.

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