São Paulo, segunda-feira, 12 de agosto de 1996
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Broadway esconde cilada

LUÍS PEREZ
EM NOVA YORK

A Broadway, em Nova York, rua famosa pelos espetáculos teatrais, é também um "mercado persa" de eletroeletrônicos. Mas o turista desavisado pode ser enganado e até agredido se tentar argumentar.
Apesar de preços sugestivos, turista não tem direito ao código do consumidor e, às vezes, nem de escolha. A pechincha é a palavra de ordem.
Na loja Cameras Electronics, esquina da Broadway com a 46th Street, o repórter da Folha foi agredido.
O vendedor disse que uma câmera Canon Rebel X custaria US$ 249. Sem que o negócio estivesse fechado, ele sacou de uma gaveta duas baterias para colocar na máquina e disse que cobraria US$ 45 por elas, embora o preço original fosse US$ 13. Quando o repórter recuou, o vendedor começou a berrar que ele "teria de comprá-las".
Depois, o balconista tirou da bolsa do repórter uma lente de câmera e disse que não a devolveria caso a bateria não fosse comprada.
Como no Brasil a máquina sai por pelo menos US$ 800, a única alternativa foi pagar os US$ 400, preço final da câmera.
Para evitar os balconistas da Broadway, o melhor é procurar uma loja de shopping center que forneça notas discriminadas e padronizadas para todos os tipos de clientes.
Nelas, é possível fazer grandes compras. O preço de uma impressora HP Deskjet, série 600 -que no Brasil custa entre R$ 600 e R$ 750-, é US$ 340.
E há opções de compra até para quem não tem tanto dinheiro. Em um supermercado comum, o turista encontra por US$ 26 o CD "Anthology 2", dos Beatles. O mesmo título, na Hi-Fi do Shopping Iguatemi, custa R$ 53.
Cidade sem rodas
Passear a pé por Nova York é uma atração à parte.
As alternativas começam à beira do Central Park, imensa área verde marcada por acontecimentos históricos e até trágicos, como o assassinato do Beatle John Lennon, no edifício Dakota. O sombrio e imponente prédio envolto por um fosso serviu de cenário para o filme "O Bebê de Rosemary".
Bem em frente do prédio, já no parque, foi inaugurado um local de culto, o Strawberry Fields. Placas avisam que é proibido fazer homenagens em som alto. É um local para meditação, nada de churrascos.
Jovens se reúnem para sentar, refletir, tocar violão baixinho, colocar flores ou até fumar maconha. Desde que morreu uma brasileira assassinada no parque, em setembro do ano passado, o policiamento está bem ostensivo.
É quase impossível não encontrar um brasileiro na cidade. Desde turistas, que curtiram no final de junho um show de Caetano Veloso ao ar livre, até trabalhadores.
É o caso de um charreteiro, que leva pessoas para passear de carruagem no Central Park. "Levei o Collor, quando era presidente. Ele estava dando entrevista para a Rede Globo."
Ainda a pé, quem não perdeu a mania de gostar de brinquedos depois de adulto, pode encontrar todos os tipos de brinquedos na F.A.O. Schwarz, na 5ª avenida.
Logo na porta, um espetáculo à parte: artistas de rua brincam e posam para fotos com iguanas (réptil que parece um dragão em miniatura).
Na linha criança, há ainda a loja da Disney, da Warner e da Coca-Cola. Nesta última, quem não tiver paciência de pegar uma fila sai com sede ou pensa logo em procurar uma loja da concorrente Pepsi.

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