São Paulo, terça-feira, 13 de agosto de 1996 |
 |
|
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Incêndio vira munição tucana para frear Pitta 'Tragédia estava anunciada', diz programa do PSDB na TV MARCOS GUTERMAN
Segundo pesquisa Datafolha publicada no sábado, em menos de um mês, o candidato do prefeito Paulo Maluf cresceu dez pontos, passando a petista Luiza Erundina. Serra permaneceu em queda, mantendo-se em quarto lugar. Durante o dia no horário eleitoral gratuito, tanto no rádio como na TV, o programa do candidato tucano à prefeitura desferiu ataques sem meios-termos contra Pitta e Maluf. "Tragédia anunciada" "Há quatro meses, a tragédia estava anunciada, mas a prefeitura não tomou providências", disse o locutor do programa de TV, enquanto o incêndio era mostrado. Na sequência, o programa tucano mostrou Maluf em seu gabinete, sorrindo, no dia do incêndio, em 6 de agosto. "A responsabilidade das mortes, evidentemente, foi das pessoas que instalaram lá gambiarras, fios elétricos, colocaram lá os botijões de gás", disse o prefeito, em declaração destacada pelos tucanos. O eleitorado paulistano, segundo o Datafolha, está dividido a respeito dessa responsabilidade. Pesquisa publicada no sábado mostra que 29% culpam a prefeitura pelo desastre, 24% apontam os favelados, e 31% não souberam responder. A expectativa dos tucanos é acabar com essa divisão. Em vários momentos, o programa destacou o fato de que, entre os mortos, figuram sete crianças. "São Paulo não pode continuar tratando vidas humanas com tamanho desprezo", disse o candidato a vereador Gabriel Ortega. Para confirmar o que o PSDB quer caracterizar como má-fé da prefeitura, o programa trouxe o depoimento de um dos moradores do abrigo. "Ele (Maluf) prometeu tirar as pessoas daqui, mas está esperando primeiro que morra metade, para ficar mais fácil." No rádio, a propaganda tucana foi ainda mais incisiva. Primeiro, o locutor afirmou que "Maluf prometeu construir 120 mil casas populares; até agora, fez menos de 4.000". Chamando a atual gestão de "Pitta/Maluf", o locutor disse: "Pitta/Maluf preferiu gastar R$ 1,8 milhão na reforma do gabinete de um seu secretário a investir em seu próprio projeto Cingapura". No horário noturno, Serra centrou-se na divulgação de suas metas de geração de emprego. Texto Anterior: Os candidatos no rádio e na TV Próximo Texto: PSDB investe em evangélicos Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |