São Paulo, terça-feira, 13 de agosto de 1996
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Novo mercado

MELCHIADES FILHO

O basquete feminino é o grande vencedor do quem-ganha-quem-perde de Atlanta.
Até mesmo os EUA foram surpreendidos pelo sucesso de público e crítica das meninas.
Até este ano, por exemplo, não havia basquete profissional feminino de peso naquele país.
Tanto que as estrelas do ouro atuavam no exterior antes de serem recrutadas pela seleção permanente, há 16 meses.
O frenesi da medalha (a final EUA x Brasil teve a maior audiência olímpica na TV do país) fez ferver os marketeiros.
A NBA entrou em erupção e turbinou o lançamento da versão feminina de seu certame.
A WNBA (Women's National Basketball Association) mexeu-se pela primeira vez na semana passada -elegeu sua principal dirigente, Valerie Ackerman, ex-vice-presidente de negócios da matriz.
O campeonato vai começar em junho de 97. Terá oito equipes, usando a infra-estrutura de filiais da NBA, e vai durar três meses, no recesso do masculino.
O projeto seduziu a mídia eletrônica. NBC, TV aberta, e ESPN e Lifetime, TVs pagas, fecharam contratos e vão transmitir três jogos por semana.
Mas a WNBA já vai enfrentar concorrência na guerra por esse novo mercado.
A nova American Basketball League foi mais rápida e abre, em dois meses, seu torneio, também com oito times.
Dez estrelas do ouro acertaram com a ABL. A pivô Lisa Leslie, destaque da vitória sobre o Brasil, por exemplo, já assinou por dois anos.
Dizem que a WNBA caçará estrangeiras -e que Paula, Marta, Janeth, Leila e Alessandra teriam emprego garantido.
A Confederação Brasileira estuda até mesmo alterações no calendário para viabilizar a exportação dessas jogadoras.
É cedo para festejar, porém.
Por enquanto, apenas Marta, pelo carisma e versatilidade, está nos planos da WNBA. E precisa ver se a grana é boa.

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