São Paulo, terça-feira, 13 de agosto de 1996
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Alan Parker faz amigos

INÁCIO ARAUJO
DA REDAÇÃO

Existe algo de atraente em "Bem-Vindos ao Paraíso" (Fox, 21h), além da reduzida concorrência que enfrenta por hoje (destaques: "A Firma", 16h, e "Um Dia, um Gato", 0h10, ambos no Telecine).
Se não é inteiramente desconhecida, a existência de campos de concentração nos EUA durante a Segunda Guerra Mundial -de que trata o filme de Alan Parker- também nunca foi enfatizada.
O campo do filme abrigava imigrantes japoneses, suspeitos por natureza (isto é, por sua origem) de espionagem e traição). Mas, vamos com calma: a maioria dos países em guerra cria (ou criava) campos de concentração.
Na Inglaterra, os refugiados também foram confinados. O conceito desses campos era bem diferente dos criados pelos alemães, que visavam o extermínio.
Assim, "Bem-Vindos" levanta a poeira de um assunto soterrado, mas deixa o público perguntando qual o motivo de, afinal, fazê-lo.
Há um quê humanista no filme. E há outro quê calculista. O início envolve pelo humanismo, ao mostrar a relação entre a força e seres indefesos.
Já a intriga amorosa entre uma jovem de origem japonesa e um rapaz norte-americano parece pertencer bem mais ao setor cálculo.
Daí por diante estamos menos diante de um drama humano do que a tentativa de estabelecer uma política de boa vizinhança com os japoneses e apagar as nada gentis disputas do passado.
(IA)

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