São Paulo, quarta-feira, 14 de agosto de 1996
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Legislativo reage ao Plano de Metas

Parlamentares articulam reação

RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso enfrentará resistências do presidente do Congresso, José Sarney (PMDB-AP), e de parlamentares da bancada da Amazônia na discussão da proposta orçamentária da União para 1997, que inclui o Plano de Metas.
Os motivos de insatisfação de Sarney e da bancada da Amazônia são diferentes, mas ambos terão reflexos na votação do Orçamento.
A governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL), filha do senador Sarney, não se conforma em perder para o Ceará a siderúrgica que será instalada por um consórcio entre a Companhia Vale do Rio Doce, a Companhia Siderúrgica Nacional e o Grupo Vicunha.
"Estamos prontos para a guerra", disse o senador Edison Lobão (PFL-MA). Segundo ele, a governadora se reúne hoje, em Brasília, com parlamentares do Maranhão para definir uma "estratégia de ação para brigar pelo projeto".
Lobão disse que já estava prevista a instalação da siderúrgica no Maranhão, mas, há poucos dias, a governadora foi surpreendida com o anúncio de que o projeto iria para o Ceará, governado pelo tucano Tasso Jereissati.
"Estamos convencidos de que a transferência ocorreu por ação política do governo federal. O governo é o responsável", disse. Segundo Lobão, a bancada maranhense poderá não aprovar a liberação de recursos para siderúrgica.
O senador integra a Comissão Mista de Orçamento, que é presidida pelo deputado Sarney Filho (PFL-MA), irmão de Roseana.
A irritação dos deputados da bancada da Amazônia com o governo surgiu com o lançamento do Plano de Metas na sexta-feira. Em reunião marcada para hoje, parlamentares do Norte e Nordeste vão tentar articular uma reação.
"Vamos formar o bloco dos contrariados", afirmou o deputado José Priante (PMDB-PA), um dos coordenadores da bancada da Amazônia. Segundo ele, uma das armas do grupo (91 deputados) é votar contra a liberação de recursos que não atendam às prioridades regionais.

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