São Paulo, quarta-feira, 14 de agosto de 1996
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SP adianta compra de droga anti-HIV

Distribuição deve ocorrer em 45 dias

LUCIA MARTINS
DA REPORTAGEM LOCAL

A Secretaria do Estado da Saúde de São Paulo vai adiantar a compra dos medicamentos anti-Aids de última geração.
Inicialmente prevista para novembro, a distribuição dos remédios ao público deve ocorrer em 45 dias, segundo o Programa Estadual de Aids da secretaria.
A antecipação deve ocorrer porque agora serão comprados os três inibidores de protease, em vez de apenas um -como foi pensado inicialmente.
Como são apenas três laboratórios que produzem os remédios, o processo de compra será agilizado, dispensando a licitação.
Os inibidores de protease agem na última fase de multiplicação do vírus. Combinados com outros antivirais -como o 3TC, AZT etc.-, eles podem reduzir 90% da quantidade de HIV no sangue, pelo menos no início do tratamento.
A secretaria vai gastar cerca de R$ 10 milhões com a compra dos remédios. A previsão é que, com esse dinheiro, será possível abastecer cerca de 10 mil doentes durante seis meses. O Estado de São Paulo tem cerca de 45 mil notificações de casos de Aids.
Só poderão receber os medicamentos os portadores do vírus que estejam com menos de 500 CD4s (células de defesa) por mililitro de sangue. Uma pessoa sadia tem, em média, mais de 800 CD4/ml.
"Só vão receber os medicamentos aqueles que tiverem indicação clínica do nosso grupo de estudo", diz Artur Kalichman, coordenador do programa de Aids da secretaria. O grupo é formado por 14 especialistas na doença.
A decisão de comprar os três medicamentos foi tomada porque, segundo os especialistas do grupo, muitos doentes de Aids apresentam resistência a algumas dessas drogas. Colocando os três à disposição, a secretaria ajuda no tratamento desses doentes.
O Ministério da Saúde também tem planos de comprar os inibidores de protease. Mas, a princípio, a idéia é comprar aquele que oferecer o menor preço.

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