São Paulo, quarta-feira, 14 de agosto de 1996 |
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Reforma em alojamentos pode demorar até quatro semanas Prefeitura havia prometido concluir a obra até domingo FABIO SCHIVARTCHE
A Folha visitou ontem os alojamentos onde morreram dez pessoas na semana passada, vítimas de um incêndio no Bloco E, e observou que as obras de reforma das instalações elétricas e da parte hidráulica ainda não começaram. As "gambiarras" (ligações clandestinas) na fiação elétrica, uma das prováveis causas do incêndio, segundo a perícia técnica, permaneciam pelas paredes dos alojamentos. Os vazamentos de água também não foram solucionados. O secretário municipal da Habitação e Desenvolvimento Urbano, Lair Krahenbuhl, afirmou ontem que as obras só devem ser totalmente concluídas em quatro semanas. O secretário municipal da Família e Bem Estar Social, Adail Vettorazzo, havia prometido na semana concluir a reforma dos alojamentos em, no máximo, dez dias -prazo que se encerra no próximo domingo. "Vamos liberar os alojamentos aos poucos. Na segunda-feira, já devemos transferir os moradores do Bloco D", disse Vettorazzo. Contêineres A prefeitura já está instalando os 30 contêineres que vão abrigar provisoriamente os moradores do bloco incendiado por cerca de seis meses, até a entrega dos apartamentos do Projeto Cingapura. Cada "casa" tem uma área de 16 metros quadrados e deve abrigar uma família (com uma média de 5 pessoas). Assim, cada pessoa disporá de 3,2 metros quadrados em seu novo lar. Os contêineres são equipados com uma pia com torneira e possuem duas venezianas para a ventilação. O teto possui forração térmica (feita com isopor e chapas de madeira), já que o contêiner é feito de metal (uma liga de alumínio). A prefeitura está construindo banheiros e uma cozinha comunitária especialmente para os moradores dos contêineres. Os técnicos também fizeram instalações elétricas e hidráulicas. Os contêineres serão a quarta casa em apenas um ano para muitos dos seus ocupantes. Parte dos moradores do bloco incendiado foram para lá transferidos da favela sob a ponte do Tatuapé, que também pegou fogo. Depois de meses nos alojamentos de madeira em Itaquera, e de enfrentar um novo incêndio, eles foram removidos para os abrigos instalados nas escolas da região. Agora, serão removidos para os contêineres. Texto Anterior: SP adianta compra de droga anti-HIV Próximo Texto: Câmara libera R$ 240 mi para Maluf Índice |
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